Na dança da vida, a morte é... Jorge Lima Loiola
Na dança da vida, a morte é traiçoeira,
Surge sem aviso, sombria companheira.
Em dois velórios, dois diferentes cenários,
A dor, um elo entre tempos adversários.
Uma senhora de idade, 85 anos serenos,
Viveu sua jornada, partiu desse terreno.
Mas a dor entre os familiares é lógico que ainda persiste,
O vazio, a despedida, ninguém resiste.
No segundo cenário, a mãe da jovem, com 25 primaveras,
Grita alto, e, sua voz enche as esferas.
"Minha companheira", ecoa a aflição,
Um lamento que corta o coração.
Ao consolar, damos força e calor,
Abraços que acalmam a dor, o temor.
Mas no ir e vir, entre o consolar e o vencer,
Vejo o ciclo da vida se perder.
Pessoas focadas em metas diárias,
Enquanto a empatia se perde em rotinas diárias.
No caminho para consolar, a solidariedade se esquiva,
Entre a dor real e a busca incessante de uma vida ativa.
Escrevo, pois a alma chora em versos,
A dor,
o luto,
entre risos dispersos.