na minha esquina tem árvores onde... Karyston Mazzini
na minha esquina tem árvores
onde fede o tarumã.
e que somado à minha culpa,
traz entorno, um terror admissível.
honre em vida pois em morte já morto,
morro montanha marido mirando marinho.
eu sou a razão do desconsolo desse povo.
que por mim circunda na saída para direita e lado,
em direção ao cemitério.
por mim foi destinada a morte...
seja por espada ou desejo.
foi difícil ver minha avó fraquejando
com tanta dor expressa,
que não se podia manter o queixo preso
chorando a dor que sua mãe sempre quis.
e devolta à minha pose malandra apoiada no corrimão...
eis meu tênis embarreado,
meu cabelo mal transado,
a horta não colhida,
e essa culpa de não sentir falta,
não sentir dor ou chorar.
Queria ter chorado no enterro do meu avô...
mas talvez os vinte e sete metros tenham atrapalhado.
ignorei, pois, depois de alguns dias eu choraria e entenderia