Alguns comportamentos e vícios são... Ket Antonio
Alguns comportamentos e vícios são considerados como pecado por grande parte dos religiosos, julgados como algo em que os "pecadores" praticam por fraqueza ou falha de caráter, resultantes da falta de fé e comunhão com Deus onde se tem como consequência a influência do maligno na vida dessas pessoas... Quando na verdade - na maioria ou em boa parte das vezes - tais "pecados" tratam-se de transtornos cientificamente comprovados, não possuindo assim relação intrínseca ou tão somente com a espiritualidade e práticas religiosas, isto é, não necessariamente dependem de fé, força de vontade e ação voluntária por parte daqueles que os tem. (Refiro-me aqui - obviamente - a comportamentos, condutas e vícios relativos aos transtornos que não envolvam atos maldosos e criminais dos quais se tem por objetivo prejudicar ou ferir o outro).
Levando em conta o fato de que ultimamente está cada vez mais frequente situações de "escândalos" protagonizadas inclusive por líderes religiosos, em que parece ser inadmissível a condição de humanidade de um pastor ou padre. É nítido que muitas vezes eles próprios se colocam no mesmo nível de santidade de Jesus, quando passam - propositalmente ou não - uma imagem irrepreensível, ocultando suas limitações e falhas em uma tentativa vã de esconder os seus dilemas e transtornos, seja por não saberem ou simplesmente não quererem lidar com isso; uma vez que geralmente são eles os primeiros a apontar, julgar e até condenar os pecados alheios.
Depressão, ansiedade, fobias, entre outras comorbidades ou distúrbios correlacionados e resultantes de transtornos não corretamente laudados e tratados, como: TDAH, TEA, TOC... É mais fácil fingir que não acontece e espiritualizar tudo, do que reconhecer e falar sobre o assunto?
Isto nos faz questionar: Até que ponto a ciência e a religião não devem se misturar? E como ficam essas questões para o mundo real e para o Reino?