A dúvida quando compreendida para dar... John Pablo de La Mancha
A dúvida quando compreendida para dar conhecimento e definir clarezas é uma forma segura de aprendizado, porém quando usada para confirmar uma certeza impossível de ser confirmada, neste caso é vaidade doentia. A dúvida que contamina a mente por razões incoerentes e delirantes, gera injustas desconfiança dos motivos alheios e volta-se contra si pelas fragilidades das próprias percepções de uma realidade ilusória. Uma simples dúvida irracional, por menor que seja, dissemina desavenças em corações propensos ao domínio ou à maldade, provocam suspeitas em pensamentos sempre declinados à sordidez e tem a facilidade de questionar o inquestionável, fortalecendo as mais sombrias e infundadas suspeitas, pois quem tem o mal dentro de si olha para os outros como se estivesse na frente de um espelho. Há quem dê ouvidos à sandices e mentiras, e pior, ainda acredite e se deixe levar por mentalidades que se esforçam para criar desentendimentos e distâncias, sob a falsa justificativa de fazer o bem, e perde um precioso tempo sempre tentando provar que o outro está errado, e nunca consegue porque se dedica demais em elaborar planos ardilosos para mostrar o que não existe. O princípio da desconfiança vazia é a não aceitação e este comportamento afrontoso produz a negação, e dificilmente quem alimenta e espalha suspeitas descabidas se propõe a dispor de algum instante para refletir sobre suas ações, pois tem a mais absoluta certeza que sua verdades são irrefutáveis e que todos têm que se submeter a elas. Questionar, duvidar, supor, discordar são algumas das variáveis da incerteza, porém precisam estar sustentadas por robustos motivos que possam saná-las, e assim obter os justos esclarecimentos para se ter a paz. Se houver apenas desconfianças vazias sem a menor evidência racional, que justifique tal pensamento, então se trata de querer desmerecer as verdades com a maldosa intenção de criar possibilidades impossíveis e realidades inexistentes, para convencer as pessoas de que o erro sempre está no outro. E se você, com suas atitudes ou seus silêncios, escolhe ajudar no plantio das sementes das discórdias, não é ingenuidade ou desconhecimento é porque no fundo você pensa da mesma forma.
John Pablo de La Mancha