RASCUNHO PUBLICÁVEL⁠ Eu não sei ler... Zeu Silva

RASCUNHO PUBLICÁVEL⁠ Eu não sei ler coisa alguma, de modo prazeroso, se não interpor a filosofia. Para mim, a falta de filosofia nas coisas torna o objeto 'poço... Frase de Zeu Silva.

RASCUNHO PUBLICÁVEL⁠

Eu não sei ler coisa alguma, de modo prazeroso, se não interpor a filosofia. Para mim, a falta de filosofia nas coisas torna o objeto 'poço não comunicante', como diria João Cabral de Melo Neto. É uma questão de sobrevivência pessoal desenvolver uma leitura assim, porque, de outro modo, um simples parágrafo torna-se enfadonho.
É bem verdade que os signos comunicativos, principalmente, os utilitários, como os avisos e manuais de instrução, por exemplo, não são produzidos para filosofar sobre eles. Dada a necessidade prática dessa classe de gêneros textuais, sua leitura não exige uma forte carga de tensão intelectual para serem compreendidos. Como se estivessem dentro de uma zona neutra, há textos que dispensam prazer e desprazer na sua leitura.
Já existem outros, não tão utilitários como os primeiros. Desde um poema infantil, um trecho narrativo religioso, um clássico da literatura, até à Constituição Brasileira, existem signos que podem ser pesadamente enfadonhos para sua compreensão. Porque, entre outras funções, todos eles se ligam ao sentido maior, que é o sentido da vida.
Sendo a vida complexa, apesar do simplismo atribuído por muitos, é preciso buscar algo que dê sentido à própria vida no fluxo da vida. A filosofia pode ser uma sugestão.