"Fico pensando quantas vezes... Denise Lessa
"Fico pensando quantas vezes leio sobre o desamor.
Acredito que já perdí as contas. Muita traição, pessoas que se unem e depois acabam descobrindo que foi tudo errado.Amores que pareciam infindos e de repente a gente vê desabar.
Mas, tudo tem um sentido, tudo tem um propósito.Os poetas que cantam amor eterno são na verdade aqueles que se acabavam na noite, madrugadas emfim, serenatas, em busca de um olhar da amada . Por que sempre era o homem, o poeta que fazia serenatas.E muitas vezes a janela nem se abria. E eles iam vagando pelas noites frias bebendo , se acabando até a tuberculose.
Sim essa era a doença dos poetas. A doença do amor.
Vejo que eu às vezes entendo pouco, e outras muito do amor.Sei que corações são machucados, que se vão embora sem despedidas, troca-se um por outro(a).
Estas coisas de amor, estas coisas de cama e lençóis perfumados , velas acesas, jantares românticos muitas vezes são apenas momentos.E não me digam que sou dura!
Não sou! Sou a pessoa mais apaixonada e movida pela paixão "ao amor." Por que na verdade tem que amar.
Mas,será a paixão, essa louca e desvairida?
Paixão é invasão, de repente se descobre que o terreno não era aquele e se muda pra outro. A famosa e doída traição.
Quem ama não trai?
Mas quem se apaixona já espera por tempo determinado?
Me pergunto: É melhor ficar a espera do príncipe encantado ou assumir de vez que eles só existem no tempo de nossos bisavós? Que os cavalos brancos , há muitos desistiram de acompanhar os príncipes?
Será que somos dependentes do amor ou ele que precisa da gente pra que reine a filosofia de que amar não é invasão, mas sim apêgo?
O amor é um sentimento amigo? É mais fácil ser amado quando voce cria um laço de amizade com alguém , do que quando voce acha uma pessoa na balada, na rua, no trabalho?
Será que existe uma forma de se amar direito e nunca ser traído por este amor?"
(Denise Lessa)