Que os condores reclamem do meu... Karyston Mazzini
Que os condores reclamem do meu poliéster,
da minha argila e do meu livro sintético...
pois não são eles a culpa da minha enxaqueca.
Em flagrante, nisso me retrata uma distância exposta,
mas ora meu pensamento, que enganosa largura...
filtra a fuligem sem esbordar aos pingos.
e fingido, assim, reforja a verdade.
mas não é a verdade, a culpa da minha enxaqueca.
Ativo e desato o bloqueio,
contudo, anseio que seja traga uma carta.
Ativo e desato o bloqueio,
pra que assim eu seja capaz de fundar um verso.
mas mesmo assim, não é ele a culpa da minha enxaqueca.
Logo saberei à quem me prometo há dias...
que até agora me é transparente.
Logo trarei toda a minha liberdade, sem têmpora ardente.
pois não são meus sorrisos ensaiados, a culpa da minha enxaqueca.
Acredito que isso te atiçou a saber o que é a culpa da minha enxaqueca, e eu digo:
é todo aquele verso engolido, que sem saída aparente,
acaba sendo digerido e posto em outro lugar, com outro aspecto.
essa é a culpa da minha enxaqueca