Deixo descabelar. aprendi depois de... Mafê Probst
deixo descabelar. aprendi depois de muita energia desperdiçada. eu era inquieta demais diante de qualquer bagunça, não fazia ideia de como conviver com o caos. tudo precisava estar milimetricamente no lugar. roupa desamassada, cabelo bem penteado. odiava os dias de vento, vê se pode? agora deixa ventar. deixo me virar do avesso, deixo bagunçar — o cabelo, a roupa, a vida toda. sorrio no meio da brisa leve e aprendi sorrir em meio algumas tempestades. a chuva não me assusta mais, mas ainda não gosto de raio e trovão. me percebo cada dia mais dente-de-leão: tão leve, tão me deixo levar. e me levo.
(do livro: A menina que desatava nós)