Encriptei minhas sensações, das... Karyston Mazzini
Encriptei minhas sensações,
das leves às mais pesadas,
dentro de caixões
e salas fechadas.
vazio me estive apresentando.
Da minha janela,
já é um mar de folhas.
de papel e árvore.
fuligem e ave.
Como uma moça de ferro, sou escravo do poder.
poder alcance e poder opção.
no entanto, eu podia
ou melhor, eu pude...
embora pudera ter vivido como bem quisesse,
escolhi a farmácia
ao invés da vacina.
acentuando um resumo, eu não sabia,
e não soube lidar com minhas escolhas.
logo, não diga mais que este amor é como um sonho.
pois sonhos acabam de manhã, e eu não quero mais dormir.
impossível a mesura da inveja que tenho do castor.
eu sou o pino da Granada.
a falta de fluidez do meu pensamento, me confusa
por isso, quero trazer à memória aquilo que me traz esperança.
O poeta odeia o verbo
mas observa, assiste e propõe...
trate de fazer verso melhor!
Anda pra onde poeta? faz o quê?
se conserta, seja sincero.
Aposto que nunca uma folha cai sem que haja porquê.
e que irei fazer na floresta, se penso noutra coisa estranha à floresta?
meu nariz escureceu como a noite, disse o velho sambista.
ora esse meu pulmão de ferro...
acontece os dedos de se curvar e pronunciar em sussurro.
apneia de frase que desejo.
azar de sempre fase combusta.
amar a frase robusta, que deva
arar ou cultivar a parte putrefa.
tudo isso agrega, pois,
tardias jamais foram as graças divinas.
é verdade, sem mentira
certo, muito verdadeiro.
Vivo comigo redondado de vírgula,
vírgula muita, frase tanta...
isso me gasta, me frustra.
e por isso, meu pecado virá a ser meu epitáfio.
e meu século virá como armagedom
e minha ferrugem dará testemunho da minha ruína
e os clamores daqueles que eram poucos
entrarão nos ouvidos do Grande Eu Sou.
pois imensas são as graças celestes...
à todo aquele que o estima.