Olha só! Como as coisas são, me... Eragon17
Olha só!
Como as coisas são, me pego pensando no que a gente viveu em um simples domingo.
Um único dia com uma visão de presente, e milhões de possibilidades de futuro. Assim foi para mim.
Como parar de pensar em quando ele me encontrou, foi em direção a minha mãe e disse:
-Não sei o que essa moça está aprontando, mas vamos lá…
Levemente eu falei:
-Eu não aprontei nada! E sorri.
Me despedi da minha mãe, e entrei no carro.
No percorrer do caminho até o lugar, fomos conversando, comentou algo sobre minha mãe e sobre o carro em que estávamos e me disse estar curioso.
Eu dei uma risada e perguntei:
-Está?
-Sim, onde fica?
-Lago Norte! (Que na verdade era lago sul)
Ao chegar, pedi para que ficasse no carro por alguns minutos.
Corri para a cabana, e fui acendendo o caminho de velas que eu havia colocado horas antes de irmos.
Logo voltei para onde estava o carro estacionado, peguei minhas coisas e o chamei.
...
Um curto e estreito caminho com estacas de bambu e piso de madeira, nos direcionou até a casa (também de madeira), e uma visão magnífica com morros e árvores nos veio em seguida. À esquerda uma banheira de hidromassagem e próximo a ela um toldo, à direita uma grande mesa de madeira pura, e na direção da paisagem uma pequena rede de bambu.
Então ele parou, deu uma leve estudada no espaço de fora, e comentou:
-Engraçado, eu morei aqui e não sabia da existência desse lugar!
(Respondi)
-A gente sempre fala de viajar para conhecer lugares novos, mas já parou para pensar que nunca teve a curiosidade de conhecer o próprio lugar onde mora? Ou pesquisar sobre? Você ia achar interessante a quantidade de chalés aconchegantes que eu conheço por aqui no entorno, que parece que estamos fora do Brasil.
Chegando na porta eu disse:
-Pode entrar primeiro, hoje a cabana é sua!
Entrando na casinha de madeira, deu de cara com aquela pequena organização, e sem jeito, deixou sair:
-Ah que bonitinho! Ela aprontou.
Olhou tudo em volta, rompeu um pouco para frente, pegou algo que deixam de cortesia para os hospedes, beliscou e perguntou!
-Eles deixam isso aqui para a gente né?
-Sim.
Na medida em que seguia em direção as escadas, falou:
-Esse lugar é interessante para pedir as pessoas em casamento!
Comentei:
-Teve um pedido recente aqui, está na página deles no Instagram.
Lembrar da sua feição quando olhou o quarto, tenho todas as imagens salvas na mente como fotografias. Sua distração com a decoração, e ouvir ele dizendo que tinha se queimado com as velinhas que estavam no batente da escada... (Justamente porque a atenção estava presa no restante das coisas).
Ou quando ele abriu o potinho e viu a pequena réplica que mandei fazer dele, com suas principais características.
Ali eu pensei: (viu achei uma maneira de te colocar em um potinho) ...
Então ressaltou!
-Só faltou uma coisa aqui.
-O que?
Então não continuou a dizer.
Ele ergueu as mãos na minha direção, então me movi em seu sentido, me abraçou e me beijou dizendo que tinha gostado muito. Os beijos se prolongaram, e eu me entreguei ele totalmente!
Eu só queria ser dele naquele momento, que me possuísse de todas as formas possíveis.
Sentir seu cheiro, seu corpo, seu suor escorrendo por seu pescoço e me molhando inteiramente, sua voz, seu olhar por meu olhar, seus trejeitos, a sua vontade de mim.
(Onde aperta para voltar?).
Ao finalizar, fui em seguida tomar um banho. Comigo ele entrou no banheiro, e ficou me fitando através do box…
-Vai ficar aí me olhando?
Fez que sim com a cabeça...
-Não vai entrar?
Então pensou um momento, concordou e entrou.
Comentou:
-Quem diria em?
-Quem diria o que?
-Quem diria, um rolinho do ensino médio, e olha onde estamos!
Sorri.
Enquanto tomávamos banho, eu perguntei sobre as flores que mandei entregar a ele no dia do seu aniversário.
-Eu queria ter visto sua expressão, as várias cores que ele disse ter ficado quando recebeu as flores.
Ele deu um sorriso tímido e disse:
-Eu fiquei sem ação na verdade
-Nunca ganhou flores?
Pensou um pouco...
-Sim, mas já faz muito tempo.
-Que bom. Como foi para receber? Eles te ligaram?
Pegou o sabonete, desenhou um esboço simples no vidro do box me mostrando onde fica o escritório e como foi para chegar até ele.
Minha reação foi rir e pensar (Senhor, o que eu fiz?)
Mas ao mesmo tempo foi divertido, dinâmico, diferente, e sei que também gostou, por mais constrangido que tenha ficado.
Foi gostoso vê-lo me dizendo os detalhes dessa trajetória, aconchegante talvez. (Mas prometo não fazer de novo).
Concluindo, me vesti com a roupa de dormir, que havia mandado entregar junto as flores.
(Sim, ele se lembrou de levá-la).
Lhe mostrei as velinhas de signos com as pedras da combinação do zodíaco, que estavam em cima do que dividia a sala da minicozinha, uma bancada à esquerda no sentido de entrar na cabana. Expliquei os nomes e significados, depois fui em direção as mini velas acessas no chão, e comecei a assopra-las. Ele me interrompeu:
-O que está fazendo?
-Apagando as velas!
-Não apague, deixe elas aí, está bonitinho.
Olhei, sorri e disse: “Tudo bem”. Em seguida comecei a preparar o que comer.
Fiquei feliz com a ideia de cozinhar para ele (por mais que esse não era o objetivo inicial).
Ele ainda brincou comigo, em sentido de dúvida colocou a minha capacidade de cozinheira a prova, com a seguinte frase:
-Não quer conquistar só o coração, quer pegar também pelo estômago? Vamos ver se já pode se casar!
Minha mente: (Pode, como assim)?
…
- Meu bem posso colocar uma música?
-Claro! (Desbloqueei o celular).
-A data do seu aniversário.
-Não, (risos) o meu dia, o mês da minha avó e o ano do meu irmão.
Ele colocou um cantor, e me perguntou se eu conhecia...
-Sim, está na minha playlist!
-Ah é mesmo.
Vendo-o naquele curto espaço ao som de Ziggy Alberts, me ajudando com alguns preparativos e me importunando com suas brincadeiras, me deu uma visão de que aquilo era tão aconchegante.
(Eu o analisava, admirava cada detalhe)!
Enquanto eu refolgava a carne, ele cortava os tomates, pedi para que fizesse a salada e te dei uma manga, ele olhou para ela e disse:
-Meu bem, eu não me dou muito bem cortando manga!
Eu sorri e falei:
-Pode deixar que eu corto.
Mas não, você insistiu em cortar, e continuou...
-Você vai conseguir me aturar quando a gente se casar?
Eu olhei para você sorrindo e meio sem jeito.
-Eu costumo ser paciente!
-Tem certeza? Eu sou assim o tempo todo.
-Por quê?
-Normalmente para esquecer o estresse do dia. Posso te ajudar em mais alguma coisa?
-Acho que consigo aceitar. Não mais!
Sorrindo eu disse:
-Você me deixa terminar aqui?
Então, se escorou com os dois cotovelos próximo ao fogão de duas bocas, que tinha sobre a bancada, e começou a mudar o sotaque da voz, com algo que parecia gaúcho!
Sorri, e disse:
-O que é isso? Você deve me deixar terminar isso aqui.
Em negativa balançou a cabeça e continuou a me fazer rir atoa, com o tal sotaque gaúcho nada gaúcho.
-Você pode parar um pouco é sério?
Percebendo que eu ainda continuava ali, ele se sentou e pegou o bloquinho que tinha sobre a mesa de centro, que estava à direita do sofá, e começou a riscar algo...
Mas sua agitação falou mais alto, e novamente voltou a me encher, me deu beijos no pescoço, passou as mãos em meus braços explicando...
-Sabe o que é isso?
-O que é?
-Uma forma de chamar sua atenção, de querer que você fique comigo ali um pouquinho!
-Você quer minha atenção?
Fez que sim com a cabeça.
Pois bem, assim fiz!
Me sentei em seu colo no pequeno sofá da sala, ele era de dois lugares na cor cinza e tinha uma manta em tom de vinho o cobrindo, ficava a direita da porta no sentido de entrada. Ele logo enroscou seus braços em volto à minha cintura, repousou sua cabeça sob o colo do meu tronco peitoral, e lá ficamos por alguns minutos, enquanto por entre meus dedos, eu sentia as pequenas mechas de seus cabelos.
...
Passado esse tempo, algo fez um pequeno barulho no forno, eu me levantei e ele se também, logo me fez um comentário seguido de uma pergunta:
“Meu bem, isso está borbulhando. Não derramou, será que não vai queimar”?
Eu simplesmente dei um leve sorriso, e comigo pensei antes de te responder!
(Meu Deus que momento mágico).
Em resposta, afirmei que não desde que ele tenha colocado na temperatura certa.
Seguindo
…
Ele trocou nossa trilha sonora.
Ao canto de Jack Johnson, ele abriu o vinho e comentou sobre o cantor:
-Já pensei muito em uma moça do skype, ouvindo Jack Johnson.
-Quem era a moça do skype?
Ele sorriu e não me respondeu! (Me intriga seus bloqueios repentinos).
Pronta a mesa, nos serviu uma taça enquanto eu servia o prato.
Entre conversas, concordamos que aquele vinho era horrível, o espaço era pequeno para colocarmos tudo e para que pudéssemos comer também. Pensei na mesa maior que estava lá fora, porém estava um frio intenso, então ficamos por ali mesmo!
Ainda assim, estava tudo ótimo, e tínhamos a companhia um do outro.
Me levantei para pegar mais salada, e de repente comentou que a lasanha estava muito boa, me deu parabéns, e se serviu um pouco mais.
Agradeci, o dei um leve beijo e me sentei. Logo em seguida um silêncio tomou conta da gente, onde somente a caixinha de música era responsável pelo espaço vazio.
(A minha mente, todo tempo pensando que a noite estava por finalizar, e logo seria dia!
Ele iria embora, e todo aquele momento não passaria apenas de recordações boas.
Eu não queria que acabasse, eu não queria voltar a uma realidade, aonde eu chegaria em casa e não o teria lá.
Porque só eu sei o quanto a sua ausência me machuca, o quanto ele se distancia quando não está perto de mim! Não entendo sua resistência, essa sua mania me manter distante, quando o que eu mais quero é estar perto. Todos os dias se fosse possível...)
Ele quebra o silêncio da minha mente, com a afirmação:
- Está frio aqui.
- Concordo!
Acabamos de comer, e se levantou...
-Vou aqui em cima pegar meu celular.
-Tudo bem, vou organizar aqui embaixo.