Ânsias pela manhã Mais uma vez, outra... Gabriele C.P.
Ânsias pela manhã
Mais uma vez,
outra manhã,
me vejo em uma sala,
que mesmo a mais forte luz
não tem forças para iluminar
Mais um momento,
me vejo presa
em uma cela de ânsias,
essa ansiedade que me corrói
Vejo as pessoas
que a mim mesma
digo serem superiores,
uma aura de ‘laurea’
Tento identificar se esse frio que
por baixo de minha carne queima,
se faz presente pelas minhas loucuras
ou se é apenas o frio da manhã
me sufocando enquanto rouba meu precioso ar
Minhas pernas tremem,
minhas mãos suam,
e meu estômago comanda
que coloque tudo pra fora
Vejo o quadrado eletrônico me observar,
preso sob a parede
ele me observa,
me mostra o quanto me faltam habilidades
e enfatizam as várias alheias
Olhar todas aquelas palavras conjuntas,
em uma língua que tanto me assusta,
faz meu estômago gritar
pedindo de joelhos para que eu faça o que pede
O ar trava em minha garganta,
a dor de minhas unhas sendo fincadas em minha palma
novamente me tiram de meus devaneios,
o sangue que quase jorra para fora por uma fina proteção
Não posso me deixar cair,
não posso me deixar falhar,
mas o que posso fazer se me parece tão tentador?
O que posso fazer se a tolice é uma dádiva que reconheço não ter?
Céus, estou ficando louca!