25 de março - dia do orgulho gay Eu,... Graça Leal
25 de março - dia do orgulho gay
Eu, como hétero, apoiadora da causa, que ousou escrever um livro infantil, pioneiro no Brasil no tema "adoção homoafetiva", livro este que teve que ser publicado por Portugal, pois não recebi o apoio das livrarias brasileiras
(Jardim de Famílias - Editora Chiado), que provoco o intelecto e as emoções daqueles que ousam seguir as minhas publicações indigestas e se permitem, apesar de não concordarem, em algumas abordagens, exercer a prática da reflexão a partir das minhas alfinetadas entendo como "orgulho", uma forma de autoaceitação, a partir da força que vem do íntimo da natureza humana, para enfrentar as injustiças sociais que impactam nas diferenças de gênero. Que nutrem a rejeição por tudo que não atende ao que o padrão moralista determinou como certo. No caso do gênero, esquecendo que há uma alma habitando o corpo dos gays também.
Aliás, o padrão, com algumas exceções, para expor o seu senso humanitário, conta muito com uma tragédia natural para poder contribuir com alimentos não perecíveis, especialmente para aquelas vítimas cujo os adeptos ao padrão fazem questão de tornar invisíveis, na sua realidade cotidiana.
Se, por um minuto ao menos, os preconceituosos se colocassem no lugar de um gay, descobriram que não é uma opção pessoal ser gay, mas uma condição natural da espécie. Nunca foi doença. É simplesmente mais uma variante da natureza - nem todas as árvores dão os mesmos frutos, e nem em todas as roseiras desabrocham a mesma qualidade de rosa, sequer a mesma cor.
Mas se há quem pense e determine o certo por nós, porque o esforço intelectual, né?!?! Mais fácil acatar as aberrações ditas como preservação moral.
Sempre existiu gay na sociedade. Contudo, com 'menos" repressão, no mundo, eles passaram a pleitear os seus direitos, e ao direito de se tornarem visíveis. Direito ao respeito e ao trabalho, em especial.
Ainda estamos muito longe de termos uma sociedade, que pratica com orgulho a hipocrisia falando em nome de Jesus, que prega o amor ao próximo e defende a família, verdadeiramente se portando com coerência e com menos ativos publicitários, nas redes sociais, para garantir a imagem de ser alguém do bem e elevado espiritualmente. Mas a verdade é que essa fachada não se reflete, na realidade de muitos destes vaidosos, diante do espelho das suas casas, e nem é avalizada nas suas consciências, no aconchego dos seus travesseiros.
Haja podridão jogada para debaixo do tapete da conveniência social.
A gente já melhoraria bastante a qualidade da nossa sociedade, se fossemos menos narcisistas, menos hipócritas e mais coerentes com o auto-marketing dos valores que não praticamos e que só geram dividendos para os terapeutas.
Essa sociedade se desenvolveu doente e vai ser exterminada sem ter se curado.