VAZANTE O rio. O Douro. O meu... Carlos de Castro
VAZANTE
O rio.
O Douro.
O meu tesouro.
Está agora
E por hora,
Na vazante.
Nem se nota por instante,
Na ribeira
Desta praça primeira
De gritos
E de apitos
Aflitos,
Nas gargantas
De tantos pregões
Das mulheres de colhões.
De flores vindas do horto
À falta de melhores
Neste granítico Porto
De abrigo
Que dá castigo
Para quem não torcer
Como eu torço
Com a couve do meu troço.
(Carlos De Castro in Há Um Livro Por Escrever, em 22-03-2023)