O caminho solitário Era uma manhã... Mauro Camargo de Souza
O caminho solitário
Era uma manhã de sábado e eu estava caminhando pelo parque, aproveitando o sol e o ar fresco. Eu gostava de fazer isso aos sábados, era uma forma de relaxar e refletir sobre a vida.
Eu estava seguindo uma trilha que eu conhecia bem, mas que não era muito frequentada por outras pessoas. Eu preferia assim, pois me sentia mais livre e tranquilo e na paz.
De repente, eu vi uma placa que indicava dois caminhos diferentes: um à direita e outro à esquerda.
A placa dizia que o caminho da esquerda levava a um mirante com uma vista panorâmica da cidade, enquanto o da direita levava a um lago com um píer e pedalinhos.
Eu fiquei curioso para conhecer os dois lugares, mas sabia que só tinha tempo para escolher um. Eu olhei para os dois lados e vi que havia uma grande diferença entre eles.
O caminho da esquerda era estreito, íngreme e cheio de pedras e galhos. Parecia difícil, desanimador e cansativo de percorrer. Já o da direita era largo, plano e asfaltado. Parecia fácil e confortável de seguir.
Eu também notei que havia muitas pessoas seguindo o caminho da direita. Elas pareciam animadas e felizes, conversando entre si e rindo. Algumas até levam bicicletas ou carrinhos de bebê.
Já o caminho da esquerda estava vazio. Não havia ninguém nele. Parecia solitário e silencioso.
Eu fiquei em dúvida sobre qual caminho escolher. Por um lado, eu queria ver a vista panorâmica da cidade, que me parecia interessante e bonita. Por outro lado, eu não queria me cansar demais nem ficar sozinho.
Eu pensei em seguir a multidão e ir para o lago com os pedalinhos. Talvez fosse divertido e agradável. Talvez eu até fizesse novos amigos.
Mas então eu lembrei de uma frase que eu tinha lido em um livro: "É melhor caminhar sozinho na direção certa do que seguir uma multidão na direção errada".
Eu percebi que aquela frase fazia sentido para mim naquele momento. Eu sabia qual era a minha direção certa: era o mirante com a vista panorâmica da cidade. Era isso que eu queria ver, era isso que me chamava a atenção.
E eu sabia qual era a minha direção errada: era o lago com os pedalinhos. Era isso que me desviava do meu objetivo, era isso que me distraía.
Eu decidi então seguir o meu instinto e ir para o caminho da esquerda. Eu sabia que seria mais difícil e solitário, mas também seria mais recompensador e satisfatório.
Eu comecei a subir pela trilha estreita, íngreme e cheia de pedras. Eu senti o suor escorrer pelo meu rosto, as batidas do meu coração acelerar, os músculos das minhas pernas se contraírem.
Mas eu também senti uma sensação de orgulho e determinação. Eu estava fazendo algo por mim mesmo, algo que eu queria fazer.
Eu olhei para trás e vi as pessoas seguindo o caminho direita. Elas pareciam pequenas lá embaixo, como formigas em fila indiana.
Elas não me viram nem se importaram comigo. Elas estavam ocupadas demais seguindo umas às outras sem questionar nada.
Eu sorri para mim mesmo e continuei subindo pela trilha solitária.
Depois de algum tempo, eu cheguei ao mirante com a vista panorâmica da cidade.
Era incrível!
Eu vi toda a extensão da cidade se espalhando diante dos meus olhos: os prédios altos brilhando ao sol; as ruas movimentadas cheias de carros; as praças verdes salpicadas de árvores; as pontes cruzando os rios; as montanhas ao fundo recortando o horizonte.
O caminho era solitário mas me fez reforçar uma verdade na minha vida de que:
"É melhor caminhar sozinho na direção certa do que seguir uma multidão na direção errada".
Tudo isso diz muito a meu respeito.