Eu perdi o amor da minha vida. Sim,... Tai Nascimento
Eu perdi o amor da minha vida.
Sim, eu perdi.
E hoje está diferente. Hoje está doendo mais. A dor é constante. Cada dia é um abismo. Cada dia sem ela é um castigo, uma penitência.
Me disseram que passaria. Eu acreditei que passaria. Mas a dor continua aqui, presente e bem longe de passar.
Eu falo com ela por canção, sei que ela não me ouve, mas eu falo mesmo assim.
Deveríamos ter conversado todos os dias enquanto fazíamos comida.
Deveríamos ter falado sobre o que constantemente nos magoava. As palavras teriam ajudado a evitar o nosso desmoronamento. Nós simplesmente esquecemos disso.
Dói fundo. Uma dor intangível, que atravessa e rasga o peito. E nada posso fazer.
Infelizmente, estamos condenados a machucar uns aos outros. É inevitável. Uma hora ou outra acontece. Tentei não machucá-la, mas machuquei. Tentei não ferir nosso amor, mas feri.
Ela sabe o quanto eu a quis cuidar.
Acredite em mim, caro leitor. Eu nunca quis deixá-la triste.
Ontem chorei por três horas durante a madrugada. Acabei dormindo e, quando acordei, nada mudou. O vazio continuava ali.
Dói feito surra.
Fiz besteira, eu sei. E agora só posso vê-la em fotografias e recordações.
O meu sorriso não estica mais de orelha a orelha. As piadas que ouço não têm graça nenhuma, as paisagens perderam a beleza.
Acredite... a saudade do amor tira a graça de todas as coisas que faziam nossos olhos brilharem. É o poder que um coração tem sobre o outro quando estão entrelaçados e conectados pelo mesmo sentimento. Ele tem liberdade, mas não quer ser livre. Ele pode tudo, mas preferia não poder nada. Ele tem asas, mas não consegue alçar vôo.
Ele só quer descansar debruçado naquele abraço-casa que nos desliga de todo esse caos quando nos envolve.
Ele só quer ouvir aquela voz doce que hipnotiza, que acalma, que cura. O abraço dela, a voz dela, a vida com ela.
Eu perdi o amor da minha vida em consequência de um erro que me consome, que não me deixa dormir, que me massacra dia e noite.
Eu perdi a mulher que amo porque não soube amá-la.
Espero que ela lembre de mim quando o timbre de alguma voz parecer o meu.
Quando alguma cantada parecer com as minhas (sim, eu tenho uma cartilha de cantadas baratas e ela sabe disso). Quando a nossa música tocar (ela sabe qual é). Quando um cheiro parecer com o meu. Quando a saudade da nossa conexão gritar. Quando um carinho parecer com o meu. Quando um abraço parecer com o meu. Quando der saudade do beijo, do cuidado, dos cafés nada fitness que eu insistia em fazer.
Sim, eu perdi o amor da minha vida. Estou tentando consertar. E vou consertar. Mas até lá, continuarei sem o amor da minha vida. Sorrisos forçados, piadas sem graça, aventuras sem emoções e relações rasas.
Porquê a intensidade de viver tudo com ela é diferente. Até um dia entediante é mágico quando se tem a companhia certa - a companhia dela.
Onde vivo a eternidade, se os amores reais não foram feitos pra durar?
E se foram, que eu viva pra sempre dentro do abraço-casa dela.
Eu te amo, Q. S.
Com amor e saudade,
Tai.