Uma tarde de fevereiro. Agora, é... edsonricardopaiva.
Uma tarde de fevereiro.
Agora, é como se eu sentisse
Que agora sei de tudo
e que aprendi
Como se fosse
De novo os doces velhos tempos
Que olhava em volta e me iludia
Alegria de infância
Ver a lua atrás das nuvens
Quando a luz do dia não permite ela brilhar
E era como alguém comum
A andar na rua
E que nunca lutou numa guerra
Mas que sempre se molhou na tempestade
E tinha a chave que abria a porta
Ela não abria
Andou descalça em algum momento
E que valsou sozinha, diante do espelho da vida
E que ficou vermelha, por vergonha de si mesma
Que era por ninguém saber
O tanto que ela sabia
E sabia consertar a cerca
E sabia misturar e misturava as cores
Que, em resumo, era esconder a dor
De andar sem rumo e sozinha
Numa estranha e triste solidão
Que, quem sente, sabe que ela existe
Repleta do saber
Que vem depois de tanto a dia amanhecer
Da lição não aprendida
Quando encontra uma pena de anjo
Depois de tanto ir lá
Sem rumo e em vão
E descobrir
Que lá não tinha nada
E que todas as flores secam
Mas nem sempre o espinho precisa ferir
Houvesse alguém pra te dizer
Se eu puder ajudar, me avisa
E te acompanhasse, sob o mesmo guarda-chuva
Regar junto pela vida afora, as mesmas flores
Cultivá-las é como à lição
De misturar a cor da lua à luz do dia
E ver dissipar-se o vapor que colore
O ar da cidade após a tempestade
Olhar o mundo da altura da lua
Só que, dessa vez
Enxergar a verdade
Sem precisar
Esconder-se... atrás da doce loucura
De dizer que o Sol foi lá no fim do dia.
Edson Ricardo Paiva.