... Minhas ideologias não são... André Villas-Bôas
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Minhas ideologias não são esquizofrênicas, apenas muito discrepantes das que me rodeiam com certa teimosia. Chego a confundir a teima com carma, mas logo dissipo a energia que me leva a apontar o indicador para supostos deslizes regressos.
Tudo que transpiro é legítimo e intenso, e legitimidade com intensidade não abre precedentes para gotas de equívoco. Amor e amizade não são sentimentos banalizáveis, algo descartável ou utilizável apenas para satisfazer o bel prazer de um dos lados da história. Ratifico tal percepção ao acessar minhas gavetas repletas de consciência, subconsciência – e porque não – inconsciência coletiva.
Há quase cinco décadas venho me intoxicando com barbitúricos intangíveis e abstratos, que também extirpam a plenitude dos seus destinatários - dia após dia. É como se eu vivesse em uma quimio recorrente, algo plantado para aniquilar toda minha alegria - homeopaticamente.
Com a idade me dei conta deste calvário tóxico e comecei a revirar tais gavetas sem aquela impulsividade adolescente e, por esta única razão, encontrei o cerne que afoga meu âmago com bolhas de angústia – vários frascos do veneno que sequestra minha essência e apaga a estrela que deveria irradiar luz.
Segurei os frascos com meus pensamentos mais lúcidos, abri minha mente com certo receio, e percebi o rótulo que estampa o casulo deste aprisionamento triste e escuro. Um princípio ativo que joga para o ostracismo todo o brilho de uma alma que nasceu para brilhar: “frustração”, dor causada pela ausência de reciprocidade.