Maldito o homem que retira uma rosa... NILCE S FREITAS
Maldito o homem que retira uma rosa da mão do jardineiro fazendo lhe promessas de cuidá-la e protege-la, passados alguns dias a possui sem defesa.
Maldito o homem que faz promessas ao jardineiro de não ferir a rosa, não magoá-la, porém respeitá-la, até que a morte os separe, passados alguns meses, pisa como se pisa uva num lagar.
Maldito o homem que não rega sua rosa com carinho e amor, misericórdia e compreensão, porém aflige com palavras que destrói a alma.
Maldito o homem que despreza a sua rosa e vai em busca de outro jardim, para obter uma outra rosa, pois não foi capaz de cuida de sua própria rosa a qual lhe foi confiada.
Maldito o homem que fez promessas que cuidaria de sua rosa como cuidasse de sua própria vida, porém xinga, humilha, decepciona se achando possuidor da possuída.
Quantas rosas choram escondidas, sofrem a solidão, murcham a beleza exterior e interior, perdem a esperança.
Quanta que tentam juntar sua pétalas arrancadas pelo furor das agressões físicas e mentais e tentam se reerguer das decepções dos flagelos.
Rosas que choram, que se iludem fáceis, que riem choram, que amam odeiam, que confiam desconfiam, que têm esperança desesperançada.
Esperando um dia voltar a ser uma rosa coberta de cuidados e carinhos como antes. Marcas que ficam, cicatrizes que marcam a solidão de não serem ouvidas.