Sensação de tudo Quem me dera atentar... Jamile Hiast

Sensação de tudo

Quem me dera atentar ao tangível;
Logo eu, eu que começo poemas pelo fim.

fim?!

No começo que se inicia nesse meio
Eu diria que há vastas possibilidades
Dentro da conexão, as que por vias indiretas agem me apetecem mais.

Você chegou aqui esperando uma rima?
Vamos remar.

De mar a dentro, imaginação a fora.
Mulher, tu que para os países ao norte me aflora.
De gozo a frente, confesso: esqueço como rimar.
Embora toda poesia que busco, não sei, não sei mesmo se hei de encontrar...
No instante do olho no olho, ou no meio, nesse inundar.

Querer mais do que quero
Sentir mais que o que sinto,
A zona do desejo é um aflito!
Que horas, outrora, vou te encontrar?
A mando de que desejo vamos apresentar
Corpos que se apetecem e mesmo há distâncias, inundecem; como será esse olhar?

Eu sei, eu sei, era pra ser um poema.
Mas como farei do furacão uma brisa?⁠

05 de abril de 2022.