... Abundância por todos os lados... André Villas-Bôas
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Abundância por todos os lados
Vangloriamos nossa cegueira
Plenitude escoando nos ralos
Reduzimos nossas fronteiras
Morremos de sede em certo mar
Águas de indiferença
Perdemos as asas em pleno ar
Céu de pura descrença
Nós, era eu contra você
Tudo sem "quê" nem "porquê"
Pedras formando um buquê
Obrigado, não há de quê
E nesta prosa, perdem todos
Ao escravizarem suas carcaças
E nesta lábia, fracassam os tolos
Ao admitirem suas desgraças
Troquemos nossa cegueira
Pela clarividência
Nossa limitação
Pela nossa abrangência
Nossa denotação
Pela nossa anuência
Saímos da contramão
Pela convergência
Não somos escravos
Desgraçados
Somos filhos de Deus
Não somos bastardos
Toda correção é viável
Enfim, finalmente, afinal
Retificação é fiável
Inoportuno é o ponto final