orfão e se o sangue que corre... Pedro Rodrigues de Menezes
orfão
e se o sangue que corre
enviesado e esdrúxulo
por entre as minhas veias
imperceptíveis e silenciosas
não for o mesmo que o teu
é porque a memória
póstuma do pai
tão eloquente e imbecil
precisa e irredutível
acendeu a suspeita
brilhante e nítida
de que a névoa
impulsiva desvelou
a verdade de termos sido
na mentira sangrenta
irmãos.
(Pedro Rodrigues de Menezes, “orfão”)