Quando o vento escorre pelo rosto e... Júlia Figueiredo
Quando o vento escorre pelo rosto e refresca mente, dois pensamentos inundam a alma de Maia. Seus sentimentos confusos gritam alto para perseguir seus sonhos. Então, deseja veemente e eleva o corpo. Verifica que com a altitude crescente tudo é possível, porque as montanhas são pequenas demais para seus passos largos lá em cima. Logo em seguida, uma pequena semente cai ao solo. É de perder de vista esse desejinho que acaba de despencar do seu coração. O segundo pensamento parece preocupá-la: o sonho só germina no solo! Maia entende. Pra sonhar precisa descalçar os pés primeiro e arar a terra, pingar o suor e queimar a pele! Então, respira fundo. E o peito cheio parece densificar seu corpo. Começa a cair. A vista lá de cima, assim tão veloz, embaralha-lhe os sentidos. A queda fraturou seus pés, machucou suas mão, mas suas vistas haviam sido curadas. Maia tem uma única certeza agora: até os sonhos precisam criar raízes!