sozinha a dois A solidão, tão... Paolla Secundo
sozinha a dois
A solidão, tão aborrível e atroz que não desejo a ninguém, nem mesmo a quem me fez experimentá-la. Me fez querer estar ao lado de alguém, mas esse alguém não me quis por perto.
Ter te amado doeu, suas palavras foram me destruindo aos poucos, você usou meu coração como saco de pancadas, um coração que não precisava de muito, apenas do seu amor, não precisava das suas atitudes de frieza, precisava do seu carinho, não precisava de um poema, só queria ouvir um "eu te amo".
Acontece que em vez de quebrá-lo, foi fortalecido, para seguir com um novo amor, que o conforte e o restaure, e enfim voltar a ser como antes. Talvez as cicatrizes apareçam, mas se eu conseguir esquecer o que vivemos, passaram a ser invisíveis.
Te perdoo, mesmo sem ter ouvido seu perdão, a velhice está chegando, pode estar prejudicando a minha audição, nossa visão também deve estar prejudicada, não vejo seu amor e você não vê minha dor.
Sempre sentia falta do carinho que você nunca retribuiu, falta de um abraço, que foi trocado por um aperto de mão, falta de declamar meus poemas, que sempre foram em vão, falta do vazio que você nem se quer pensou em preencher, falta de de não saber como agir e você ao menos me acolher.
Suas palavras de dor levarei como aprendizado, não as levarei comigo, as deixarei no passado, pra que guardar ódio e rancor se desejo amor?