DÉCADAS DE ESTAÇÕES Quatro... Itaoe Fulino
DÉCADAS DE ESTAÇÕES
Quatro décadas e quatro estações,
Brincar pular cordas ou passar anel,
Jogar amarelinha e tocar o céu.
Saudades do sorriso gostoso.
Da correria do suor que descia pelo rosto.
Nossa inocência mágica deixava tudo mais saboroso.
E a gente cresce sem querer
E a gente briga sem poder.
E tudo correr ao vento momentos felizes são pequenos.
Mas ninguém apaga do adulto a criança
Que teve na sua infância a dança e a ciranda...
E também a esperança eternamente respeitada.
Toda inocência fica na pele seu roxo.
e vem a vagarosa adolescia sem gosto,
Atropelados de sentimento e afoito.
e pobre de conhecimento faz dezoito.
Idade das alegrias e das fantasias perfeitas.
Sinais amargos de pensar que a mocidade,
É sinônimo de prosperidade uma cidade sem luz.
A gente dar conta que todo vazio somos nós que produz.
Vivem vendendo emoção, não sabe onde está o coração,
Por onde passa fere por achar dono da razão.
Essa pobre pororoca de não sabe para qual rio trouxe a poluição.
Pode colocar culpa na lua pois ela nunca é a mesma em cada estação.
Vivem mudando de fases enlouquecendo o coração.
É traiçoeira essa responsabilidade de enganar o próprio prazer.
É o fim de carreira não sentir sabor no que ama fazer.
O noticiário cedo ou tarde divulga o nosso morrer.
É estranho a tristeza quando ela tem força para viver.
Essa idade é difícil se fiel o que no altar acabou de prometer.
Para quem chega aos trinta pode com o erros aprender.
A não correr dos obstáculos essa é a idade do amadurecer.
Então florir nem se pode imaginar.
A música vem sem melodia
É o retrato da própria vida.
Vem as noites tudo parece normal...
Vem o dia e tudo é profundamente igual.
E a gente sente que é preciso mudar.
Não só de roupa, mas também de lugar.
Não só o corpo, mas também a alma.
Não só o horizonte, mas também o olhar.
Pois o trinta feito um fleche acabou de passar...
O amor tudo aguenta aos vinte é vulcão e dos trinta é tormenta.
Chegou o quarenta a poesia não aguenta
Ver o tempo simplesmente passar.
O juízo chegar o querer agarrar-se e encantar-se e jurar...
Sentir a essências das coisas esse novo despertar,
Beijar, tocar, trabalhar, lutar e eternizar,
Ser do passageiro o profundo de cada verbo amar.
A gente aguenta esse prazer essa uva que é como luva
A gente se veste a gente se usa.
Não é paralisia essa idade abençoada,
É a sabedoria de fazer novas estradas.
A vida ensinou a não desistir na primeira derrapada.
Amor maior é cuidar da própria jornada.
Nossos corpos e nossa alma tem toda as vibrações,
Seja da terra, da água, das montanhas e constelações.
Eu sou o horizonte essa terra dura feito montes.
E o nosso destino é como um mirante,
A gente sobe até onde pode até ver o norte.
Para olhar devagar as flores e sentir seu cheiro de morte.
Que cheia de amores um dia semeamos
Por onde passamos!
Somos almas de quarenta primaveras vividas,
Bebida em cada sentimento adocicado pelo tempo.
Olhar dentro dos seus olhos é um novo renascimento.
É como se a vida oferecesse fel e assim fosse,
Mas a alma recusa lembrar o que não foi doce.
É as recordações as lembranças mais bonitas,
Que faz dos quarenta a idade mais evolutiva.
É esse oceano constante e sem fim
É esse céu constante e sem fim
É esse solo constante e sem fim
É essa miragem silenciosa constante e sem fim...
E você chegando e acalmando
As ondas do meu oceano.
Sou eu aprendendo dizer te amo
É tudo enfim o começo de um novo plano.
04.05.2022