Liberdade cristã: quem é guiado... Mônica Campello
Liberdade cristã: quem é guiado pelo Espírito Santo não fica debaixo da lei
Voltemos a lembrar dos ensinamentos de Jesus sobre dízimos e legalismos afins com exortações em meio aos acontecimentos seculares. Que eu faça isso sem deixar aquilo.
Lembra-me Mateus 23:23 — davam importância ao dízimo das sementes que não eram obrigatórias, mas o que era obrigatório e necessário eles não faziam. Ou seja, obedeciam com rigor a palavra de Deus, porém iam além do limite da obrigação, i.e., até no que não era estabelecido, como dar o dízimo da hortelã, da erva doce e do cominho, pequenas plantas cultivadas em seus jardins que não faziam parte da Lei do dizimo, mas não se preocupavam em fazer a vontade de Deus que era cuidar dos necessitados.
Portanto, há uma contradição na aplicação da lei por essas pessoas que fazem e não fazem, i.e., fazem o que não é exigido e deixam de fazer o que é exigido e necessário.
Naquela época, o dízimo ainda existia por força da Lei porque Jesus ainda não havia morrido e ressuscitado e tampouco assunto ao céu, de modo que a graça ainda não havia chegado. Por isso, a Lei ainda era e deveria ser cumprida com relação àqueles que eram designados para o cuidado do templo. Entretanto, o amor de Cristo sempre foi exigido desde o início quando Deus diz que toda a Lei se cumpre numa só palavra: amarás ao teu próximo como a ti mesmo (Gl 5:14); contudo, eles não estavam amando o próximo, mas os inquietando com a ideia de os fazer se sentirem obrigados a cumprir a Lei em detrimento do amor que ficava relegado a segundo plano quando, na verdade, deveria estar em primeiro lugar — buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça (Mt 6:33).
Paulo foca aqui na questão do amor ao próximo por causa da importunação dos praticantes da Lei em detrimento do amor pela Graça. Por isso ele fala do amor ao próximo, sabendo que, nesse sentido, ele pegou apenas a parte que corresponde ao versículo 31:
“Jesus respondeu: O mandamento mais importante é o primeiro: “Ouça, Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Ame o Senhor seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de toda a sua força”. O segundo mandamento é este:
31: “Ame o seu próximo como você ama a você mesmo”.
Não há nenhum outro mandamento que seja maior do que estes. O mestre da lei lhe disse: — O senhor tem razão, Mestre! Está certo quando diz que Deus é único e que não existe outro a não ser ele. O senhor também está certo quando diz que devemos amá-lo de todo o nosso coração, com todo o nosso entendimento e com toda a nossa força, e que também devemos amar o nosso próximo assim como amamos a nós mesmos, pois tudo isso é superior a quaisquer ofertas de animais queimados ou sacrifícios” (Mc 12:29-33).
Gálatas 5:2 nos leva ao entendimento de que o que tem virtude em Jesus Cristo é a fé que opera por amor. Qualquer obra legalista, farisaica, que obriga a guardar a Lei faz cair da Graça e causa a separação de Cristo que de nada mais servirá para quem dele se afasta, e, consequentemente, não poderá ser salvo.
Quem impede e persuade você para que não obedeça à verdade? Esse empecilho e persuasão não vem de Deus. Se alguém coloca uma pequena dose de veneno em um copo d’água, toda a água fica contaminada, analogamente a um ensinamento falso que se espalha e contamina todo aquele que o recebe, inadvertidamente, sem a preocupação de investigar sua veracidade, como faziam os bereanos que ouviam atentamente a mensagem e examinavam as Escrituras para se certificarem se, de fato, ela correspondia à verdade bíblica. No entanto, sofrerá a condenação aquele que tenta desencaminhar os filhos de Deus (Gl 5:7-12; At 17:11).
Obrigada, Senhor, pelo retorno às raizes do meu ministério.