Se eu pudesse voltar o tempo, talvez... Cicero Laurindo
Se eu pudesse voltar o tempo, talvez não estaria aqui. Se eu tivesse faltado aquele dia antes de te conhecer, o pior é que mesmo demorando tanto tempo e vendo que não vinha mais resolvi esperar, uma voz me dizia para esperá, apenas esperá... Parece louco então... Uma mania talvez, a de persistir mesmo quando tudo diz que não. Foi quando à noite caiu e olhei em meu corpo cansado que tinha e a vi chegar, havia esperado ali muitas horas e muitas horas que eu em cada sombra de rosto parecido pensava ser o dela, ainda pensei duas vezes, pode ser outra pessoa, mas essa pessoa sorria, porque primeiro eu via seus cabelos, porque segundo eu via seu rosto e porque terceiro eu via seu corpo. Eu via tudo ali e só faltava ver uma coisa, a sua voz que de tão formosa e gentil ao falar não tive outra escolha a não ser me calar. Até que à voz saia de mim e para um doce espanto ela me reconhecer... Assim começou a minha paixão. A minha paixão se foi como um pássaro achando que podia voar e encontrar abrigo antes da chuva, então a chuva se fez presente se foram longas conversas de amizade e um encontro em uma sala escura em um cinema escuro... E mais uma vez eu só tinha mais certeza, que era ela que eu queria estar ao lado... Era como se ela fosse à única, à única mulher do mundo... O tempo se passou e percebi que esse sentimento era forte demais, o pássaro que achava que tinha asas agora percebeu que estava enganado. Estava querendo alguém incapaz de voar consigo. Estava amando uma parede, um quadro pintado cuja a imagem só desejamos.
Quando percebemos que temos asas e não conseguimos voar, percebemos que nosso lugar pode ser na tristeza. Ninguém vai sentir pena de você se você si encantar pela pessoa errada, que em seu coração pode ser à certa. A certa que certo dia orei a Deus, orei de tal forma se fosse à certa que eu a veja hoje. E não deu outra o pássaro sempre encontra o caminho certo, e foi numa tarde que eu te encontrei outra vez. E foi numa tarde num corredor lotado que vi seu rosto. Eu vi um anjo. Eu vi uma flor quando ela passou por mim. Eu a olhei e perguntei; estar me seguindo? Foi tudo coincidência, eu entrar na mesma loja, no mesmo horário, no mesmo dia e após à dita oração. E também à mesma frieza de sempre, agora pior, porque as mulheres fogem de homens apaixonados. Sempre foi assim, é necessário que um ame e outro se desencante. É porque as mulheres fogem dos homens que a amam e se aproximam dos que não a amam. É a velha mania de sofrer. Após aquele encontro entrei no banheiro e vomitei. Eu não acreditava que a vi. A tristeza me sobreveio e meu orgulho também, não poderia mandar mensagens. E às perguntas me viam, porque eu não a esqueço? Porque não procuro outra e fica todo mundo feliz. O tempo passou bem que tentei, mas a força desse amor só me trazia seu nome ao vento. E o pior como pode o mar viver de saudade.... Como pode ser um mar não correspondido... Certo dia parei sobre um lago e fiquei a olhar... Eu preciso esquecê-la... Mas eu não consigo te esquecer... Porque Deus me fez isso? Tantas ai que me querem e eu aqui morrendo... Todos vivem e só eu morro.
O pior é que isso estar ficando mais louco. Tudo me leva a ela, meus amigos, os lugares, as pessoas e agora até mesmo Deus me leva a ela. Talvez, à força dessa vontade esteja enganada, mas eu não a esqueço. Eu esperaria mais muitos meses, mais um ano, mais dois anos, talvez até vários anos... Porque a força desse sentimento que escondo é sobrenatural... Como posso viver de saudade? E se esse for meu castigo eu o aceitarei, mas eu não posso aceitar morrer.