(Assim quando me for) É lindo o... Renato Jaguarão
(Assim quando me for)
É lindo o findar de tarde
Mirando aquele retosso
Daqueles tempos de moço
No lombo do meu cavalo
Era como um regalo
Aquela vida lá fora
O arrastar das esporas
Pelo trilhar do galpão
A eguada relinchando
Silhuetando a manguera
O João de barro a porteira
O velho fogo de chão
Depois chegava a pionada
Naquela roda de mate
Cada um dando um aparte
Na trova que se estendia
Daqueles findar de dia
Ainda trago a memória
Pra mim era propria glória
Por ter nascido gaúcho
Quem sabe ainda me toque
No derradeiro final
Quando se vai o bocal
Por mais forte fora o tento
Me reste ainda um momento
Pra relembrar minha sina
Dessa vida tiatina
Lambendo o cocho de sal
A velha cruz em sinal
Na hora da oração
Coloquem junto ao caixão
O pavilhão tricolor
Um lenço vermelho em cor
Pra lembrar o gauderismo
Minha vida de xucrimos
E a minha declamação
E se sobra um espacito
Junto ao meu corpo judiado
Meu violão do meu lado
Pinho velho afinado
Pra chegar no outro lado
Já fazendo algum costado
Uns verso bem declamado
Pro patrão nosso Senhor...
Renato Jaguarão.