REFLEXÃO COM FILÓSOFO Nossa maneira... FILOSOFO NILO DEYSON...
REFLEXÃO COM FILÓSOFO
Nossa maneira cotidiana de chegar à realidade, é muito conservadora: empenhamo-nos, inconscientemente, para manter as coisas exatamente como estão e rechaçamos com horror tudo o que supomos ameaçar a estabilidade da ordem vigente. "Narciso acha feio tudo o que é espelho."
Só nos momentos de crise, como ocorre hoje em nossa civilização, o espelho de Narciso começa a romper-se, oferecendo-nos a chance de reorientar o olhar para além da própria imagem, da própria classe, da própria cultura, do próprio mundo. Ao que tudo indica, esta mesmíssima inércia ideológica, esta necessidade visceral de segurança, esta busca insistente do mesmo, este medo inconsciente à diferença, ao novo e ao devir deslocou, sub-repticiamente, a reflexão filosófica grega da abertura pré-socrática ao enclausuramento metafísico da idéia e da substância.
Platão e Aristóteles teriam expresso, em suas respectivas obras, este talvez mais do que aquele, o ensaio tão radicalmente humano, de ordem, segurança e proteção. Depois de mais de dois mil anos de civilização ocidental, no momento em que se consuma a interpretação metafísica do ser, o homem vive a necessidade histórica de reinterpretar a realidade, de romper a funcionalidade sujeito/objeto, de abrir-se novamente ao mistério de si mesmo e das coisas. " Viver é muito perigoso " - , eis a divisa que poderia figurar no pórtico do novo mundo que se avizinha.
Nilo Deyson Monteiro Pessanha COM FILÓSOFO
Nossa maneira cotidiana de chegar à realidade, é muito conservadora: empenhamo-nos, inconscientemente, para manter as coisas exatamente como estão e rechaçamos com horror tudo o que supomos ameaçar a estabilidade da ordem vigente. "Narciso acha feio tudo o que é espelho."
Só nos momentos de crise, como ocorre hoje em nossa civilização, o espelho de Narciso começa a romper-se, oferecendo-nos a chance de reorientar o olhar para além da própria imagem, da própria classe, da própria cultura, do próprio mundo. Ao que tudo indica, esta mesmíssima inércia ideológica, esta necessidade visceral de segurança, esta busca insistente do mesmo, este medo inconsciente à diferença, ao novo e ao devir deslocou, sub-repticiamente, a reflexão filosófica grega da abertura pré-socrática ao enclausuramento metafísico da idéia e da substância.
Platão e Aristóteles teriam expresso, em suas respectivas obras, este talvez mais do que aquele, o ensaio tão radicalmente humano, de ordem, segurança e proteção. Depois de mais de dois mil anos de civilização ocidental, no momento em que se consuma a interpretação metafísica do ser, o homem vive a necessidade histórica de reinterpretar a realidade, de romper a funcionalidade sujeito/objeto, de abrir-se novamente ao mistério de si mesmo e das coisas. " Viver é muito perigoso " - , eis a divisa que poderia figurar no pórtico do novo mundo que se avizinha.
Nilo Deyson Monteiro Pessanha