A Testemunha Somente ela poderá nos... Erasmo Ribeiro
A Testemunha
Somente ela poderá nos relatar toda verdade que houve entre nós dois.
Ela é a única que poderá descrever minhas loucuras, ao ver-te naquele momento, em total êxtase, apaixonada, invocando meu nome para que eu, como se fosse uma criança, me despojasse em teus braços.
Ninguém, mais do que a própria, poderá desenhar todas as tuas curvas, teus gestos, tua “Dança da Sedução”, seguidos de suspiros e gemidos que me excitavam a cada instante.
Ela é a única testemunha da noite do nosso amor. Somente ela viu quando tu me olhavas com esses olhos ardentes de paixão, e exalavas todo o teu cheiro. Aquele mesmo cheiro que uma fêmea apaixonada e disposta a se entregar ao seu macho, exala por todo o ambiente.
E os nossos beijos? Pareciam que estávamos sugando néctar, um da boca do outro, de tão doces que eram. “Beija-me, beija-me...” pedíamos um ao outro, deixando de lado todo o pudor, a vergonha, a latêntica e esquecida timidez que houve entre nós no primeiro “oi” que trocamos.
Com certeza, ela não esquecerá jamais dessa noite em que nós dois fomos protagonistas, e ela, uma bela, linda e importante telespectadora, da qual, lhe devemos muito.
Ficaremos velhos, poderemos nos separar, porém nosso momento de amor, talvez o mais sublime de todos, ficará registrada por toda a eternidade naquela ÁRVORE, que foi a maior testemunha do amor vivido por dois corações flamejantes de amor.