A Parábola do Cesto de Maçãs Certa... Marcos Grissor
A Parábola do Cesto de Maçãs
Certa vez, numa rua muito movimentada onde só transitava homens, apareceu numa calçada um enorme cesto cheio de maçãs. Um homem que estava passando viu o cesto e as maçãs; pegou uma das maçãs e mordeu-a arrancado um pedaço. Depois de ter mordido uma das maçãs, colocou a mesma de volta no cesto e foi embora.
Outro homem passou e viu o cesto e as maçãs; vendo que uma das maçãs estava com marca de mordida de um lado, pegou outra maçã do cesto, mordeu arrancando um pedaço dela, colocou-a de volta no cesto e foi embora. Outro homem passou, viu o cesto e as maçãs, e fez o mesmo que os outros dois. E assim sucedeu, até que quase todas as maçãs do cesto estavam com marcas de mordida, exceto uma ou duas que provavelmente não foram mordidas, pois estavam na parte mais profunda e inacessível do cesto.
Outro homem passou, viu o cesto e as maçãs. Vendo que todas as maçãs do cesto estavam com marcas de mordidas, pegou uma delas, e mordeu a outra parte que não estava mordida. Colocou-a de volta no cesto e partiu. Outro homem viu o cesto e as maçãs, vendo que todas estavam com marcas de mordidas, pegou e mordeu o outro lado que não estava mordida, colocou-a de volta no cesto e partiu.
E assim sucedeu, até que o cesto de maçãs estava completamente comprometido, pois as maçãs começaram a murchar e apodrecer; haviam maçãs com pouca marca de mordida; haviam maçãs com muitas marcas de mordidas; haviam maçãs que já não tinham mais coisa alguma, a não ser, o bagaço; haviam maçãs que estavam totalmente pútridas, pousando moscas e cheias de larvas; e haviam maçãs que estavam apodrecendo junto com as que já estavam podres.
Certo dia, apareceu outro homem, viu o cesto e as maçãs. Mas este, vendo e observando muito bem que o cesto e as maçãs estavam completamente comprometidas, disse:
— Queria tanto comer uma maçã. Mas vejo que neste cesto não há mais maçãs que se pode aproveitar. Pois se dela comer, certamente ficarei muito doente e morrer.
E o homem, vendo que não haviam maçãs boas ou até aquelas que ainda se poderia ter algum proveito, seguiu em frente e foi embora sem morder nenhuma maçã.
O tempo foi se passando, e os homens que morderam as maçãs que estavam comprometidas, começaram a ficar doentes. Contraíram vários tipos de doenças e infecções. Alguns chegavam a morrer de intoxicação. Mas aquele que se recusou a morder as maçãs foi o único que ficou são.
01/12/2021