MALCASSANDRA Ribomba as suas... Filipa Galante
MALCASSANDRA
Ribomba as suas membranas,
Ressoa o passo estugado,
Transforma-se em salamandra,
Corpo hesitante sarapintado.
Sente-se hibrida, deslocada,
Sangue frio e alma quente,
Fremitosa, compassada,
Lingua agil mas dormente.
Medita dentro, vasculha fora,
Sem destino bussolado,
Ri sem tino, logo chora,
Mata o tempo resgatado.
Ja nem mar, tao-pouco serra,
Maravilham os seus dias...
Vai sulcando a fragil terra
Em infindaveis romarias.
Assim vinga a lagartixa
Que se fez em salamandra,
Nessa sombra em que se anicha,
Sob a maldicao de Cassandra.