Somos esperançosos por felicidade. Como... António Eduardo Aguiar
Somos esperançosos por felicidade. Como podemos alcançar isso se na verdade somos frágeis e não conseguimos buscar a sabedoria? Uma parte do cérebro, o reptiliano, que é falastrão, impulsivo e primitivo, operando em sincronia com o já estressado fígado, contribui para colocar a razão de lado e agirmos pela emoção, pela nossa inquietude rebelde, egoísta e ostentativa e imperativa! Junta tudo isso num caldeirão e o vapor resultante desta fervura, eleva para o ar que respiramos uma exalante contaminação cruzada - claro que é uma metáfora, mas vivemos nessa “poluição” ancorados na moda, no efeito manada, nas distrações improdutivas da era digital, na polarização. Vivemos um paradoxo nos dias atuais, mas os primitivos da era das cavernas se uniam para caçar o mamute em prol da sobrevivência e estabeleceram comunidades. Hoje as pessoas vivem um fla flu muito inferior aos seres primitivos, vivemos o mundo da lacração e o ser humano tem esquecido de ser, humano! Como as pessoas podem falar em felicidade, buscá-la, se elas não estão felizes com elas mesmas, não respeitam as opiniões alheias? Lamentavelmente o ser humano que se julga civilizado, caminha para a involução espiritual: querem um Smartphone de última geração um automóvel milionário, querem agora viajar para planetas estéreis e não olham para o distanciamento espiritual que sabe-se lá onde isso vai dar. Admiro o modo de viver dos aborígenes, dos indígenas, das comunidades africanas, dos monges, pois independente de onde estejam ou como vivem, sabem viver em harmonia com a natureza, com suas crenças, costumes e simplicidade, enquanto que nós desta “dita”. civilização que usa talheres, escova os dentes e é alfabetizada, trabalha incansavelmente para se destruir espiritualmente a si mesmos e aos outros. Falar em buscar a felicidade nesse ambiente hostil e degradante é mera utopia, ou talvez um último suspiro da sensatez humana incubada em cada um.