Condenado Que idiota eu sou, que pude te... David Rocha
Condenado
Que idiota eu sou, que pude te rejeitar para depois ser rejeitado por ti.
Mas que desgraçado, pois fui a ti para machucar e acabei machucado.
Que ignorante e imbecil, pois para a pessoa mais importante, não soube lhe dar amor.
Rastejei pelas sombras, onde as luzes não chegam, com a lembrança do que fiz.
Aos sons das ruas noturnas de uma cidade urbana que diz:
- Não basta ser triste o fim, tem a lição de aprender a lidar com a dor,
Em ritmo dos meus dos passos rasos que dançam cansados.
Mas as feridas jamais cicatrizam no meu velho delírio,
O vento traz o perfume que um dia foi do meu amor e do meu ciúme,
Fios de cabelos balançando à prateada luz no cume, como outrora.
Dai eu corro por que de ti lembrei e por querer te esquecer.
Sou tolo que não vê esperança no fogo da estrada,
Por mais quente que ela que seja, minha alma sombria jamais será tocada.
Corro da luz sabendo que tudo não será mais como antes.
O medo da luz, o pavor pelo fogo e o desespero das fagulhas das lembranças fazem-me correr de uma nova aurora e andar escondido na madrugada.