Eu sou indigena, indigena em contexto... Ingrid Ribeiro
Eu sou indigena, indigena em contexto urbano.
Dentro do meu corpo território, também já houveram invasões.
Primeira invasão foi ao nascer nesse mundo e ser arrancada do pertencimento da minha cultura.
Segunda invasão foi na infância, saquearam minha inocência de achar que éramos todos iguais.
Em todos lugares, tentaram me marginalizar, escantear e dizer que eu era menos, apenas por ser na indígena.
A terceira invasão foi na adolescência, onde acharam que meu corpo tinha que ter dono, pois uma mulher indigena é considerada apenas objeto de dominação.
Cor do pecado, olhos que hipnotizam, exótica, selvagem, são palavras usadas pra normalizar a violência e o abuso sob nosso corpo território.
Dominaram e destroçaram meu espírito mais vezes do que eu saberia contar, mas eu nunca abaixei minha cabeça, ando com nariz empinado em qualquer lugar que eu passo porque apesar de me tratarem como invasora da minha própria terra, eu resisto e insisto em mostrar que estaremos aqui.
Sempre estaremos aqui, na nossa terra, com nossos ancestrais nos levantando em cada caída rumo a nossa re(tomada). ✊🏽