Ser artista. O que é ser um artista? A... Mateus Guimarães Alves
Ser artista.
O que é ser um artista? A própria palavra arte não comporta uma definição única. Há milhares de conceitos e utilizações para o substantivo arte. Agora imagine definir um artista. Fisicamente, ou seja, biologicamente o ser artista possui deformações psíquicas e até mesmo genéticas. Do ponto de vista da neurolinguística presume-se o predomínio do agir, e do pensar comandado pelo hemisfério direito do cérebro. Sua forma de atuar na vida é diametralmente oposta ao viver comandado pelo lado esquerdo cerebral. Daí a dificuldade em ingressar no mundo racional, construído sob o domínio linear e sequencial dos povos ocidentais.
O artista não se resume em construir objetos, não possui a função de embelezar ou representar a sociedade. Também não se encerra num questionador panfletário e rebelde do mundo contemporâneo. O artista é o ser que cria modelos imaginários em sua mente inquieta. De tanto buscar as formas alternativas para construir o seu universo particular diverge o seu observar do mundo ao máximo. Perde-se no caos do infinito. Um infinito impossível de codificar ou mensurar. Ao contrário do convergente observar das pessoas normais, um observar fechado no objeto único e isolado, o artista captura o todo infinito em sua forma indefinível e abstrata.
A natureza de pensar e existir do artista é congênita. Este ser encontra-se em vários ramos da atividade humana. Não é necessário o famoso dom artístico, tampouco habilidade manual, para ser um artista. O artista é um estado de pensamento constituído de vários estados de consciência diferentes. Sempre observando sua localização, interior e exterior, no mundo em que vive, o artista paga caro a sua dívida. Dura sentença, que se adquire na involuntária maneira de pensar, agir e se comportar diferentemente do resto dos habitantes do globo.
O seu pensamento único o introduz no turbilhão de diferenças e o coloca no estado de agitação, interna e externa, condensando a impossibilidade de realizar seus modelos únicos e jogando-o nos omissos modelos comuns. Cai na real. Conformando-se com sua frágil situação, desiste de transformar sua postura e aceita os desvios de conduta impostos pela massa comum.