Torrente Entrando em regato sou... Kenngy
Torrente
Entrando em regato sou imparcialmente acompanhado:
Por reis e seus doentes, por deuses e semideuses, por virtude e pecado...
Onde uma coisa leva a outra coisa
Numa lenta e cautelosa correnteza
E há todos, fazem de tudo para mostrar de toda sua beleza
Ah, como aqueles miosótis que sempre ali estiveram na encosta, há muito desapareceram
Oh, a alva Ora-pro-nobis, que ali em preces, me lançava a âncora
O solitário ouro, que reluz no arenoso limo, se mostrara sem trabalho e fiel a si mesmo. Como bramai as bocas de bronze...
Qual sentido é este, que tenho falta, que aos poucos minha alma cora ?
Quanto tempo vou titubear nesta barca donde há claro às cortinas mascaram ?
Não vejo meus pés, não vejo o pouco da linhas do trajeto, que obrigar-se-ia decorar
E num açodar caudaloso e convulso, jogar-se-á para o lado rochoso, para além das várzeas e em cascatas. Meu decoro é inútil e vulgar.
Agora seguido, ou atraído pelos vagos pescadores que em mitos me nomeiam.
Pelas senhoras que só molham até os pés, julgam-se de tudo muito frio.
Pelos compositores que decompõe a si mesmos, porque não a lira em meio a afronesia das águas...
As cores, seus animais, sua dose dulcícola.
E assim encontro-me e logo me divirto em
meandros.
Sou tão adepto as suas mudanças, para que quando aportar serei inteiramente outro, se não apenas sórdido de minha última remada...
Kenngy