Punição. É justo punir o ser... dark rouge
Punição.
É justo punir o ser humano por ser falho? Possivelmente. No entanto, essa é literalmente sua função, falhar, aprender e repetir. É algo cíclico, interpreto como a epistemologia de Sócrates, ironia e maiêutica. Perguntar, responder, repetir. Falhar, aprender, repetir. Ambas teorias são farinha do mesmo saco, embora disfarçadas como psicos diferentes, talvez como os liberais e conservadores na época de Dom Pedro II. Somos nós então capazes de julgar o outro ser humano? Sequer deveríamos ter esse direito? Somos mais falhos do que Crasso, mas ainda assim nos cremos mais capazes do que Júlio César. O ser humano erra, e provavelmente é isso que deu origem a palavra humano, mas ainda assim temos que pagar pelo nosso equívoco. A única pergunta é, qual é o preço justo a ser pago? E principalmente, quem define isso? Os outros seres humanos, cujo a essência também é falha? Ou serão os deuses, os quais ninguém sabe a veracidade da sua existência. “Você não tem vergonha do que fez? Olhe para si mesmo” gritam as massas. Afirmação errônea, óbvio, mas talvez este deva ser o real motivo da vergonha, olhamos demais para nós mesmos. O único motivo pelo qual não nós afogamos como Narciso, é porque aprendemos a nadar, não porque deixamos de contemplar excessivamente a nós mesmos. Um sábio amigo meu uma vez me disse “Num mundo de monstros, ninguém é vilão”, acredito nessa afirmação como acredito na existência da gravidade, formato geoide da terra e eficácia da vacina. O falho ser humano deve ser constantemente relembrado de que toda história tem três lados, o da vítima, do vilão, e a verdade. Caso contrário, estaremos eternamente condenados ao caos.