𝙸𝙽𝙲𝙾́𝙶𝙽𝙸𝚃𝙰... Inêz Curado
𝙸𝙽𝙲𝙾́𝙶𝙽𝙸𝚃𝙰
Muitas vezes me esmiúço
E nunca me encontro...
Não me sinto confortável nesse cosmos
Esse não parece ser minha morada.
Sou passageira da noite
Parte da mãe-natureza
Uma alma sem parada
Ou será que não sou nada?
Sonho sonhos inatingíveis
Que nunca consigo decifrar
O mundo que tantos amam
Mal consigo suportar!
Sim. Definitivamente
Não pertenço a essas paragens
Não contemplo as coisas
Como pessoas normais o fazem
Necessito de rios e matas
Para minha energia renovar.
Sou fascinada pela natureza
Em todas suas manifestações
Me sinto parte do vento
Da chuva que cai, do trovão...
Tenho pela lua uma atração
extravagante e voraz
Que me faz sentir um deleite
pujante, onusto e tenaz...
Sou planta que nasce labiríntica
Sou nuvem que passa ligeira
Sou fantasma, bruxa, anjo mulher
Quiçá um ser de outras luzes
Que na morte se verá inteira!
Esse não é meu planeta
Não condigo com esse contexto
Estou deslocada e perdida
Não sei qual meu lugar...
Vejo com olhos divergentes
O que outros simplesmente
Conseguem apenas enxergar!