Sendas da vida Despem-se camadas do... Taciana Valença
Sendas da vida
Despem-se camadas do tempo
pelas sendas da vida...
Saltos atropelam cucos,
areias pedem pernas.
Água em sede de lambição
caça a presa com destreza.
Desliza tempo,
tobogã gigante, não se adiante!
Dobra ao chão teus joelhos,
areia fértil de desejos...
E que mais vejo senão senões?
Sede em terra de vulcões.
Lava corre ao lago,
boca sedenta.
Me admira tal vexame,
ansiando sextas em quietos domingos.
Donde estará o Rei desta bagaça?
O manda chuva dos portões?
Anda assim, tão distraído?
Ou também foi pelo tempo traído?
Petrificados, inertes, perdidos,
enviados atabalhoados.
Afinal, a que viemos?
Dize-me tu, Nicodemos?