MULHERES Estamos MORTAS, mesmo... Rê Pinheiro
MULHERES
Estamos MORTAS , mesmo permanecendo “vivas”
Existe um crime, um homicídio doloso que ocorre diariamente e por mais a Lei Maria da Penha tenha aberto a porta de muitas masmorras onde mulheres se mantinham encarceradas, mesmo assim vejo que ela ainda é falha, porque com todo respeito, mas os homens se consideram impunes diante dela, porque para muitos o receio é maior de ser pego na malha fina que ser preso em flagrante decorrente de um Maria da Penha.
Um crime ambiental é um crime onde o criminoso é criminoso e pronto!
Um crime racial também possui seus efeitos imediatos.
Contra os animais também quando vem à tona a mídia causa um alarde.
Basta alguém influente para as manchetes despejarem seus baldes.
Mas quando falamos de um crime contra as mulheres, o assunto fica no ar, o pensamento já é o seguinte: “Vou lá pago uma fiança e pronto”
Inúmeras mulheres que precisam todos os dias sair do seu caixão e fazer de conta que estão vivas.
Pois é somos mortas praticamente todos os dias, somos assassinadas, homicídios qualificados, e o assassino ali, impune seguindo sua vida normalmente…
Dia após dia, somos torturadas, chegando a um grau onde somos aniquiladas, desprezadas, humilhadas, as ameaças te paralisam, e o medo te leva a profundezas cuja nossa mente nem ao certo sabe identificar.
Ele é aquele ser, que se aproximou de você mas já com plano de lhe tirar absolutamente tudo, no início o tom é fingir, a envolve com mentiras, ilusões, do grande protetor a fachada de coitadinho, o homem de grande sucesso ou o pobre coitado que perdeu tudo, foi a ruína pois a sua ex o traiu, comum colocarem a ex como aquela que arruína, que não presta, mas ele por piedade a deixou com tudo, ( como é bonzinho) mas como num passe de mágica de falido a bem sucedido!
A ex até então falecida, renasce… a volta dos mortos vivos. Então algumas verdades aparecem…
Mas vamos a parte mais podre desta frutinha! Este tal animal de zorba se mostra precisar de você, e a nossa maneira demente vamos lá, pegamos tudo o que era lixo e com muito trabalho, geramos lucros, não apenas financeiros, mas somos usadas, damos aos infelizes, status, status de homem de família, do bom moço, e fingem tão bem ao ponto de todos acreditarem, a realidade é oculta da família, amigos…
Porque esta estória já previamente e maquiavelicamente premeditada, você é uma peça de xadrez onde o tabuleiro é dele e ele move pessoas como movimenta as peças.
Estrategista de estratégias perversas, porque em uma partida de xadrez é necessário dois estarem jogando, neste caso somente um joga.
Mas porque o xadrez, porque ele é justo.
Um ganha o outro perde, mas neste xadrez de um único jogador o cenário é a competição dele e seu ego.
Por isso tanto faz derrubar, Rei, Rainha, Bispo Cavalos, Torres ou peões, no fim não haverá ganhador, mas haverá as consequências de ter sido guiado pela soberba, ódio, ganância e a maldade. O tabuleiro desaparece nas lacunas de vidas interrompidas, a cruel novela de um cotidiano real.
Plateias sorrindo de uma cena dolorosa, tapinhas nas costas e afirmações de motivação: “Vai lá ferra a vida dela, mata e acaba com tudo”
Pronto, eis o cenário diário de uma morte em vida.
Ele roubará absolutamente tudo de você, quem olhar de fora até pensara que sua vida é normal, mas é normal você deixar de ver seus país, deixar de ter uma vida social, não conseguir sair com os filhos, deixar de se ver, de se enxergar, você vive presa, muitas são as várias Marias do lar, super mulheres que perderam seus poderes, perderam suas identidades, são mães, filhas, cabelereiras, executivas, empresárias, profissionais presas em seus lares, ou numa vida sem qualquer alegria. Há aqueles que abrem as portas de empresa que ele diz ser “nossa” mas no final quem trabalha é só você?
Uma empresa onde você não tem salário, você não tem férias, você é obrigada a resolver tudo e de quebra ainda escuta: “Você é burra” Aos berros humilha, te insulta constantemente, deprimente, mas quem vive neste ambiente é como alguém que tem sua vida sendo apagada e você começa a pensar que o erro é seu, passamos a nos submeter a condições sub-humanas e ter consciência dos mal tratos não é tão simples assim.
Aquele que agride, o assassino nem sempre será visto como tal, porque o seu grau de perversidade é tão grande que ele passará a imagem do “bom homem”.
E ali naquele mundo quem ganha é quem o dinheiro compra a dignidade e o silêncio.
O Patrão que humilha, mas que no fim da uma graninha por fora, e nesta hora você vê que aquele que diz te ajudar só o fará enquanto você tiver algo a oferecer.
E ali na sua frente o palco das ignorâncias.
A mulher por ser mulher tem que lutar por direitos, comuns como para qualquer ser humano. Uma realidade desumana pois o medo nos mantém refém de um poço, ameaças, calúnias, injúrias, difamações, até que chega ao ponto da agressão. Mas para quem é constantemente agredida ofendida, um soco ou vários socos não mudam, você está em um caos mental tão grande que você não quer enxergar a crueldade explícita.
E quando você se dá conta que olha o que você fez com sua vida? Onde estava sua dignidade? Por anos foi usada, e seu valor se resume a nada! Por que você tem que ir na justiça para provar que ele te machucou?
Que ele te humilhou? feriu? ameaçou?
Que ele te arruinou e roubou de você algo que dinheiro nenhum no mundo compra, o seu tempo, a sua vida! Ele te tirou a oportunidade de ser feliz.
A simples alegria de caminhar em paz numa rua. Qual é o valor das 24h que ele tirou de você durante anos? Qual a pena para o crime de tirar a vida de alguém em vida?
Por que uma medida protetiva não te protege de nada?
Que proteção é está que você tem onde a restrição te restringe? Você passa a ser refém, o medo te consome, o desespero de olhar para aquele ser lhe congela, você passa mal, lhe falta ar. Só quem sabe o que é viver o cotidiano do terror, porque no fim você sabe que ele está solto, livre e impune, e lhe faz questão de demonstrar, provocar e acabar com você de uma vez por todas.
A sua perda não se resume a patrimônio, ao trabalho de anos que ele levou tudo, e mesmo assim se faz de vítima. A sua perda está em algo muito mais elevado. Ele roubou também o que você tem de maior e melhor, seu patrimônio emocional.
Então você está física, psicológica e emocionalmente de uma forma que nenhuma Lei ainda é capaz de compreender.
E olha, muitas mulheres podem pensar que um homem faz isso por ter uma amante, mas um conselho, antes de pensar ou julgar outra mulher, tenha a maturidade de compreender quem é quem na estória.
Porque na verdade, a culpa não é de uma amante, isto se houver, mas caso tenha, ela pode ser alguém que assim como eu caiu e é a vítima na estória do canalha protetor, manipulador coitadinho!
E olha a vida nos revela grandes surpresas, porque ela sim, pode ser uma grande mulher. Assim como você também.
A diferença foi o tempo, porque quanto mais o tempo passa menos enxergamos, e aí está a crueldade e a ausência de conhecimento real dos fatos. Até chegar a agressão física aquela que deixa marcas visíveis, ferimentos graves, já passamos por várias mortes, várias facadas, queimaduras e lesões irreversíveis.
O terror de um cárcere, o terror contínuo de pensamentos, porque o pânico das memórias jamais serão apagadas, quando a sua estrutura emocional e destruída psicologicamente você se perde, perde seu chão, se perde na avalanche de pânicos que você nem sabe distinguir.
Então o que esperar? A decisão de um julgamento? A Lei Maria da Penha foi um marco, mas na verdade ela é apenas a ponta do iceberg. O porque a impunidade ainda predomina, porque ela ainda não enxergou que aquele que agride uma mulher é o mesmo que agride sua mãe, sua irmã, o mesmo que se passa de machão, mas pode ser na verdade um homossexual que não tem hombridade de se assumir, então prefere agredir, se fazer de homofóbico e aquele cara que vai encontrar um homossexual na rua e vai falar para ele: “Você não quer ser mulher? Então vai apanhar como uma”.
Este é o perfil do cara que agride uma mulher, o quer uma mulher para ser sua empregada, ou para fazer fachada, aquele que lhe rouba, quer seja financeiramente ou a usa como alavanca em sua vida, ele é o escroto que não consegue ser ninguém sem diminuir alguém, ele é o cara que muitos olham e até pensam ser um cara bom, e de fato ele é, muito bom em mentir, enganar, fingir, manipular, agredir, humilhar.
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