Incognitando Morrem-se tantos aos... Taciana Valença
Incognitando
Morrem-se tantos aos poucos,
dentro d’um mundo intuiado
de gente, gente que morre
em silenciosa e mísera solidão,
disfarçada de risos vestes.
E se uns comem,
muitos fomem
até morrer,
sem direito às sobras
do muito que sobra
do teu comer.
Tênue é a linha,
que nos separa
do outro lado.
Como dizem, um sopro;
e o mundo acabado.
E do jeito que entenderes
está bom, para mim já deu,
já não espero tanto
dos entretantos
que a vida prometeu.
Estou farta de regras
e lógicas ilógicas,
das cópias tantas
dos marchantes a esmo.
E no meio dessa loucura
de um povo sem cura,
a debater-se em súplica,
continuo sob a incógnita esma
de ser assim, eu mesma.