Falha no verso Não serei tão severa... Taciana Valença Beto Matos
Falha no verso
Não serei tão
severa quanto Pessoa,
não falhei em tudo,
falhei algumas vezes,
talvez, momentos cruciais,
sabe-se lá!
Falha ou acerto?
Falhei tentando acertar,
falhei no excesso de amar,
impulso de minha alma cigana
movida pela emoção.
Quando falha um coração?
Deitada, inerte,
apenas o barulho,
controle da ansiedade...
somos nada enfim,
entregue à tênue linha
dor, alegria...
É bem isso,
nada é meu,
nada é de ninguém.
Falhei no verso e
quem sabe, destruí a estrofe?
Nada é meu,
nada é nosso,
afundam-se navios,
paraízam-se destroços,
pois nada é meu,
nada é nosso.
Existe a falha?
A vida é viver
e viver é ousar
no fio da navalha?
Ou esperar para que nada
dê errado... nem certo,
e o tempo encalha?
Entonce me disse
que agisse porque
que a mesmisse talha.
Um só passo é palha,
mas com outros
vira fornalha
no caminhar
que o valha.
(Taciana Valença/Beto Matos)