Não existem dias estragados ou... Taciana Valença
Não existem dias estragados ou perdidos. Mesmo de má vontade é sábio lembrar que tais dias fazem parte do decorrer dos episódios da vida. Mas há um rigor na ilusão da perfeição que termina por destruir o valor dos dias ditos "perdidos". Não há um dia sequer que não tenha que ter sido. Nenhum dia termina em vão. Por que tanto rigor nesse julgamento? Não há vexame na tristeza de um dia. É sim, louvável, a compreensão da beleza da imperfeição, visto que somos tão imperfeitos em nosso próprio caminhar. Reconhecer que a nossa biografia tem capítulos tristes e aceita-los como um bem para nossa própria evolução é dar um passo firme também. O pulsar é constante. Dias são de água, cerveja, cachaça, refrigerante, ou apenas de vinho e o velho livro da estante. Há quartas feiras lindas e coloridas, de raros momentos, como sextas penduradas em devaneios e pensamentos. São as divagações dos nossos personagens, inquietações da nossa passagem. E esse pequeno coque arrematado desleixadamente no alto da cabeça, faz parte desse momento, desse embarque sem malas, de jeito silencioso, em viagens únicas por um mundo fabuloso.