[AS TRÊS QUESTÕES EXISTENCIAIS... José D'Assunção Barros
[AS TRÊS QUESTÕES EXISTENCIAIS FUNDAMENTAIS, E O ACORDE DA VIDA]
Existem três grandes perguntas que sempre intrigaram os seres humanos. Qual foi a origem do Universo? Como começou a Vida? Como surgiu a Consciência? Estas são as três perguntas de maior profundidade existencial que podemos fazer; embora, para elas, não tenhamos respostas mais efetivas, senão aquelas produzidas com algum teor especulativo. De um ponto de vista mais científico, os físicos desenvolveram algumas hipóteses instigantes sobre a primeira das três perguntas, tomando por base a observação de certos indícios como a expansão acelerada do universo visível . Quanto às duas outras perguntas – a origem da vida e a origem da consciência – pouco sabemos. Não sabemos, por exemplo, se a vida é um fenômeno isolado, que aconteceu no planeta Terra, ou se também ocorreu em outros pontos deste vasto universo constituído de bilhões e bilhões de estrelas. Não sabemos por que a vida começou, nem como se deu este milagre (ou extraordinário acaso) que teria sido o surgimento da vida em meio à matéria inerte e inorgânica.
Não obstante não termos acesso ao por que e ao como, sabemos com considerável precisão quando surgiu a vida em nosso planeta – pois a ciência se capacitou para ler esta informação em registros fósseis e microfósseis de todos os tipos. Sabemos também quais sãos os elementos necessários à existência da vida. Talvez ainda venha a ser descoberta um dia alguma peça que esteja faltando neste intrigante quebra-cabeça, mas de maneira mais geral podemos descrever com alguma precisão a combinação de elementos e fatores que possibilitaram e possibilitam a existência dos vários tipos de vida que até hoje conhecemos. Além disso, existe ainda um conjunto irredutível de elementos e propriedades que são compartilhados por todos os seres vivos, da mais singela bactéria ao mais complexo dos seres pluricelulares. Este conjunto mínimo de elementos necessários que caracteriza todo e qualquer ser vivo, inclusive o homem, é o que chamaremos de ‘acorde da vida’.
[trecho extraído de BARROS, José D'Assunção. O Uso dos Conceitos - uma abordagem interdisciplinar. Petrópolis: Editora Vozes, 2021, p.223-224].