[CORPORATIVISMO NA HISTORIOGRAFIA]... José D'Assunção Barros
[CORPORATIVISMO NA HISTORIOGRAFIA]
Embora ocasionalmente um certo sentimento corporativo leve alguns dos historiadores de formação – ou seja, aqueles que se graduaram em História em uma universidade – a apenas considerarem como historiografia aquilo que foi produzido pelos historiadores profissionais e graduados, não vejo nenhum problema em que também consideremos como historiografia as obras produzidas por historiadores não-especializados. Há muitas maneiras de nos aproximarmos adequadamente, e de modo sério, de um determinado campo de saber, que não necessariamente através dos bancos escolares superiores. Dito isto, é claro que aqueles que pretendem escrever História sem terem se formado em História – se desejarem realmente escrever algo relevante e bem aceito na área – precisarão se aproximar seriamente do modus operandi dos historiadores, dos procedimentos bem aceitos no campo, das suas metodologias, dos seus modos de trabalhar conceitualmente evitando deslizes que são muito comuns entre aqueles que não estão efetivamente familiarizados com a ciência histórica.
[trecho extraído de BARROS, José D'Assunção. "Historiografia: todas as relações possíveis" In: A Historiografia como Fonte Histórica. Petrópolis: Editora Vozes, 2022, p.17].