Uma flor que não era pra ser colhida... Larissa Bittencourt
Uma flor que não era pra ser colhida
Veio parar no bolso de alguém
Tão colorida
Tão querida
Porém, tão triste e lacrimosa por dentro
Protegida em uma redoma de vidro
Após um inverno rigoroso e longas tempestades
Continua intacta, mas se sente perdida
A flor perfuma o jardim com seu aroma
O mal é o ar que envenena o mundo
A solidão intoxica a alma
E o sorriso purifica o ar que nos rodeia
O mar é tão infinito
A saudade é tão densa
O coração é tão vazio
E o silêncio é tão gritante lá fora
Morrem e se vão os mais velhos da nossa rua
Amigos dos nossos pais, parentes distantes da família
Gerações se despedem
E você se sente pra trás
Vai ficando cada vez mais sozinho
E se sente assim mesmo com quem é indiferente
O mundo gira e continua girando
O que tem que parar é a consciência
Pra saber qual é a direção certa
E também continuar a girar
Enfim, se movimentar
Assim como o mundo
Tal qual a vida que nunca para
Não pede licença e nunca espera
É você que se cansa
Mas não perde a esperança