TODA AULA É UM ASSÉDIO ("À... Claudeci Ferreira de Andrade
TODA AULA É UM ASSÉDIO ("À beira da estrada Com o pelo tão sedoso O cachorro morto". — Paulo Franchetti)
Quando os políticos decidirem acabar com a pandemia, eu continuarei sonhando com as boas relações. Então, abriram as escolas. Oba! Tenho a oportunidade de conhecer novas pessoas. Por serem a maioria delas crianças e adolescentes, nem por isso, vou achar inexpressivas e de pouca colaboração para meu desenvolvimento. Elas podem ser úteis e levar-me ao merecido lugar através das diversas opiniões a meu respeito, que com certeza, chegarão a ouvidos importantes. Essa é minha intuição e com determinação serei poderoso, pois saber o que quero e o que tenho de fazer para chegar lá é o segredo. Esperei só o cair da tarde, e o amanhã do outro dia veio. As surpresas desagradáveis começaram: Era uma atividade simples, porém reveladora, para dar visto no caderno. Esbocei as exigências do poema que queria valorizar. Era um soneto clássico com o esquema de rima: ABBA/CDC/DCD. À mesa, fui ameaçado de processo por assédio moral porque não aceitei outro tipo. Quando a aluna disse que fez assim porque era o ponto de vista dela, e era assim que sabia fazer. Por isso, eu era obrigado a aceitar. Assim, assinei meu visto antes de não poder contar com mais ninguém. O cachorro voltou ao vômito.