GRAVIDADE Não há por que resistir: Tua... José D'Assunção Barros
GRAVIDADE
Não há por que resistir:
Tua gravidade
dobra a minha vontade
Meu solitário amor por ti
Busca o eterno caminho mais curto
Em um espaço displicentemente deformado
Pela real presença da tua beleza
Tenho irmãos? Talvez rivais?
Não os vejo,
Mas somente a ti
Tua luz me cega!
Teu peso
Me dá leveza
Teus grilhões,
Suaves,
Convertem-se em asas
(Ocultas nos meus ombros
Invisíveis)
Eis-me Anjo
Caindo sobre ti
Sem nunca chegar ao Fim
Eis-me no vôo-queda... que me faz liberto
No mergulho eterno
! Eis-me tudo !
(porque só existo em Ti)
Amo-te
Porque não pode ser
(De outro jeito)
Amo-te
Porque o caminho em torno de ti
É (incontornável)
Amo-te
Porque (não) posso evitá-lo:
Deslizo sobre o caminho traçado
Pela tua fascinante Gravidade
Como um destino
a se cumprir:
inevitável,
solene.
pleno