⁠Quem são os Verdadeiros Órfãos do... Andre Rodrigues Costa...

⁠Quem são os Verdadeiros Órfãos do Olavo de Carvalho? (por Andre R. Costa Oliveira) Olavo de Carvalho faleceu na noite do último dia 24 de janeiro. O “bruxo” fo... Frase de Andre Rodrigues Costa Oliveira.

⁠Quem são os Verdadeiros Órfãos do Olavo de Carvalho?
(por Andre R. Costa Oliveira)


Olavo de Carvalho faleceu na noite do último dia 24 de janeiro.
O “bruxo” foi de tudo nessa vida: ateu, comunista, astrólogo, muçulmano, cristão, extremista de direita, professor autodidata e por aí vai.

Não, não sou sou um fã do Olavo de Carvalho, muito embora conheça razoavelmente o seu trabalho - tanto o bom quanto o ruim.

Há, contudo, uma pergunta importante a ser formulada: quem são os verdadeiros “órfãos” do Olavo de Carvalho?

Todos nós sabemos que os seguidores e simpatizantes do Olavo (bem como o mercado editorial e jornalístico brasileiro, que lucra absurdos com as suas várias polêmicas) já dispõem de um espólio intelectual consolidado por meio de livros, artigos, ensaios, palestras, seminários, entrevistas e debates. E que certamente agora serão todos amplamente revisitados e reeditados. Muita gente vai ganhar com isso.

Só que o maior legado do Olavo de Carvalho ainda não foi dito: o Olavo deixa órfã toda uma legião de militantes burros de esquerda que o elegeram (não sem alguma razão, muitas vezes) o baluarte do reacionarismo, do excessivo conservadorismo (embora conservadorismo não seja um defeito) e de tudo o que, na visão dessa galera, a direita brasileira representaria de ruim, de sórdido e de execrável, superestimando-o.

O grande problema é o seguinte: sendo agora o Olavo de Carvalho um defunto (assim como todos nós ainda o seremos) quem será o “target” da “elite” pseudo-intelectual da esquerda? Quem será o anti-Cristo? Quem será o boneco de Judas Iscariotes a ser espancado e queimado aos sábados de aleluia??

Eu mesmo respondo: o vilão de toda a esquerda burra*, a partir de hoje, é a própria consciência da esquerda burra. Seus vários pecados que até então vêm sendo convenientemente olvidados, jogados sob o tapete na vã expectativa de que a sociedade os esqueça por completo. As inúmeras contradições, ambiguidades, hipocrisias, dissimulações, vaidades, soberbas e beligerâncias dos que almejam o poder às custas da imposição de medo, de assombro, de um “inimigo invisível mas que vê a tudo e a todos” - inimigo, que conforme profetiza Orwell, é a própria esquerda, com seu Big Brother. Sendo que a História, por seu turno, nos mostrou em várias ocasiões (ao longo de séculos de sangue e de sofrimento impostos e sugados pelo totalitarismo) que esse modelo é utópico, escatológico, anti-civilizacional e ineficiente, além de extremamente violento porque tende a sufocar, acima da liberdade de agir, a liberdade de Pensar; liberdade de Querer; liberdade de Ser e de Existir na qualidade de seres humanos plenos.

Já está na hora da esquerda burra aceitar o fato de que não existe um “ditador se estimação” guiado por um “Rasputim tupiniquim” atrás do armário ou embaixo de sua cama, à espreita para lhe roubar o sono.
O que realmente existe são 15 longos anos de atraso, estagnação econômica, corrupção e várias outras iniquidades que instituíram, por meio de um certo partido político, umas das maiores organizações criminosas da história do mundo. Coisa de fazer inveja às grandes “famílias” da máfia italiana, aos cartéis combinamos dos anos 80, às FARC e à Yakuza japonesa.

“Inventar” adversários, agredi-los e demoniza-los a fim de dispersar debates na ausência de argumentos plausíveis é medida já ultrapassada, pueril, tática “batida” dos livrinhos do Antonio Gramsci (um escroto sobre o qual eu não estou a fim de falar hoje).

Quero ver agora quem é “homem” o suficiente para admitir os erros do passado recentíssimo, reconstruir a narrativa, extirpar de uma vez por todas a neoplasia da esquerda burra.

Olavo de Carvalho agora é falecido. Fez muita bobagem. Indicou ministros idiotas ao governo Bolsonaro. Bradou, atacou, insultou e difamou ao longo de sua vida. Mas Olavo argumentava. Queiram ou não aceitar tal fato. O Olavo argumentava e, assim argumentando, ajudou a despertar o senso crítico de milhões de brasileiros menos obtusos para a mastodôntica estupidez e malignidade do discurso “politicamente correto”; para a decrepitude da educação e das academias brasileiras; o projeto de poder infame, “cleptocrata” da esquerda brasileira.

Meus pêsames àqueles que, de hoje em diante, não terão mais o Olavo de Carvalho para atribuírem culpa por mazelas e por dissabores que vivemos.
Eu sugiro que encontrem logo outro “inimigo”. É mais fácil (e mais rápido, mais cômodo) do que reconhecer as merdas que fizeram em quase duas décadas de roubalheira e de manipulação de massas.

Os que hoje comemoram o falecimento do Olavo de Carvalho são os mesmos que não fazem bosta nenhuma por quem quer que seja, exceto para eles mesmos. São os parasitas, são os vermes, puxa-sacos escolados na “arte” de aproveitarem-se de um governo de esquerda, para assim ganharem uma “boquinha” no serviço público. Seja um contrato, uma função comissionada ou uma cerveja de graça no churrasco do partido.

Ah, mais uma coisa: aos que crêem em Deus de verdade, não se comemora a morte de um ser humano. Não é cristão.
Se na história do homem, a partir de Paulo, houve um Enviado - “messias” em hebraico e “Cristo” em grego - e tendo sido Ele efetivamente visto e estudado ao longo dos dois últimos milênios (e até mesmo antes), a questão recai sobre a fidelidade ao que se viu em uma nova crença; portanto, a fé (o que implica em esperança, uma vez que, pela fé, existe a esperança) há o conceito de “ação” na fé (busca constante da esperança), o que Paulo chama de Amor: daí a tripla paulina que mudará o mundo: fé, esperança caridade.

Portanto, deixem os mortos descansarem. Sobretudo aqueles mortos que para vocês, da esquerda burra, são tão odiosos (a menos que não sejam assim tão odiosos, haja vista a importância que recebem).
Boa semana a todos.
(Em 01/2022)

*esquerda burra não é pleonasmo, embora o seja para muitos. Há pessoas de ideologia de esquerda com poder de argumentação satisfatório - tudo bem, vá lá, não são tantas assim. Mas existem.