Eu sou a Tristeza Parte de mim sempre... Larissa Bittencourt
Eu sou a Tristeza
Parte de mim sempre foi ela
Hoje eu não sei mais como sorrir
Nos meus anos de ouro, na aurora da minha infância, eu sabia
Não existe manual de como ser alguém
Só existe a chance de se esforçar ao máximo para se tornar você mesmo
Das artes mais difíceis que existem
E tem gente indo na contra-mão
Lutando pra ser algo que não é
O medo toma conta de mim
Não sei dizer o que cura
Eu acredito que eu sou a minha própria cura
Se eu cada vez mais abandonar, aquilo que muito tempo levei como verdade absoluta
Conceitos envelhecidos, desgastados
Crenças nocivas e danosas
Adivinha o que sobra? Eu
A minha mais pura essência que em algum momento, na dura face do tempo, eu perdi
Mais me afasto daquilo que me faz mal
E me aproximo do meu próprio ser, do que quero e posso ser
E assim, ao longe, consigo ver a ponta do arco-íris
Eu sei quem eu sou
No entanto, se quero transcender desse mundo
Preciso entender que vou muito além disso
Não representa meu lugar no mundo
Este corpo, este momento, esta fase, essa vida, até mesmo essa poesia é temporária
Tudo é temporário
E se eu desapegar de tudo isso, até de mim
Poderia mais uma vez sorrir
Porque isso não é meu
Nada disso aqui é meu
Apenas os momentos vivenciados aqui, eles se tornam eternizados por todo o amor que neles visita e reluz como um diamante imortal nesta terra fria e dissoluta
Estamos todos aprisionados
E a única forma de sair dessa prisão
É lembrar que não pertencemos a nada e a ninguém
Quem sabe assim desprendem de tanto ódio e julgamento de corpos que nem são seus
E isso é o mínimo que se espera